Recomenda-se rever os padrões de moradia, transporte e vestuário, assim como o grau de sofisticação de nossas escolhas
Na nova realidade brasileira, com menos empregos, mais pobreza e perspectiva tímida de geração de riqueza, a regra básica das famílias foi cortar gastos. Tarefa difícil, quando muito já se cortou nos meses anteriores.
A orientação é reduzir o custo de vida, diferente de economizar. Economizar remete à ideia de diminuir desperdícios, cortar pequenos luxos e rever gastos corriqueiros. Já na redução do custo de vida, recomenda-se rever os padrões de moradia, transporte e vestuário, assim como o grau de sofisticação de nossas escolhas.
Deve-se avaliar mudar de bairro ou de cidade, ou trocar o carro pelo transporte público. No início, isso pode se traduzir em sofrimento. Porém, quando mudanças dessa natureza decorrem de escolhas cuidadosas, a transformação financeira pode ser libertadora.
Ao reconhecer que excedemos em escolhas passadas, temos a oportunidade de questionar nosso consumismo e adotar um estilo de vida mais enxuto e eficiente. Isso envolve vender eletrônicos pouco usados, decorar a casa com menos modismos e mais simplicidade, adotar um guarda-roupas mais criativo que lotado.
A esse estilo de vida economicamente mais enxuto e eficiente, no qual compramos apenas o que precisamos, sem cometer excessos impulsivos, chamamos minimalista. Talvez você já tenha ouvido falar disso nos últimos anos e o tenha associado a uma ideia de cultura hippie ou de desapego excessivo. Porém, o conceito atual de minimalismo se associa muito mais a escolhas sustentáveis do que a deixar de escolher.
Uma família com postura minimalista talvez tenha uma decoração do lar mais rústica e básica. Talvez dependa dos vizinhos e se disponha a compartilhar eletrodomésticos que uma família só use raramente, como batedeira ou microprocessador. Talvez tenha de organizar melhor o dia para confiar no transporte público, nos aplicativos e em caronas. Talvez tenha uma horta em casa, que oferecerá produtos frescos para usar nas refeições e também uma chance de todos na família aprenderem a cultivar vegetais.
Essa mesma postura permite à família destinar mais dinheiro para educação e experiências como viagens, lazer e atividades culturais.
O minimalismo está longe de ser uma cultura espartana de empobrecimento das escolhas. Pelo contrário, permite experimentar mais o mundo, aumenta o convívio com amigos e vizinhos, permite adotar um consumo de maior qualidade. Quem compra menos dá preferência à qualidade e à durabilidade. Minimalistas não compram produtos piratas, porque quem dá dinheiro à pirataria descarta mais e compra mais vezes, resultando em maior gasto.
Em um cenário de escassez de renda e de recursos, o que parece ser o remédio é, na verdade, uma vacina para a sociedade inteira. Vale pensar mais a respeito.
FONTE: Época por Gustavo Cerbasi
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