O transtorno de despersonalização é uma condição de saúde mental na qual o indivíduo se sente constantemente desconectado do seu corpo e dos seus pensamentos.
Nesse sentido, o paciente com esse transtorno dissociativo sente como se fosse um observador externo de sua própria vida. Além disso, costuma permanecer desconectado do ambiente no qual está presente.
Neste artigo, vamos falar sobre essa condição, incluindo sintomas, causas e tratamentos visando prover qualidade de vida aos pacientes. Boa leitura!
Antes de falarmos sobre os sintomas do transtorno de despersonalização, é preciso dizer que essa condição envolve a despersonalização e a desrealização.
Enquanto a despersonalização tem a ver com a desconexão de seu próprio corpo e pensamentos, a desrealização refere-se à desconexão do ambiente no qual se está. Sendo assim, vamos dividir os sintomas entre esses dois aspectos.
Considerando que o paciente tem ciência de que trata-se apenas de uma sensação do corpo, e não uma realidade, é comum que ele se sinta angustiado. Não por acaso, ansiedade e depressão são comuns em pessoas que possuem essa condição.
Convém mencionar que os primeiros sintomas da despersonalização podem durar horas, dias ou semanas. Alguns pacientes, no entanto, podem sentir a despersonalização/desrealização durante anos ou décadas.
Ademais, é válido destacar que os sintomas desse transtorno podem aparecer de forma súbita ou gradativa – em que ele piora com o passar do tempo. Sendo assim, é importante estar atento a cada sinal para conseguir intervir com o máximo de urgência possível.
Em boa parte dos casos, os pacientes que possuem essa condição de saúde mental a desenvolveram após passar por um estresse grave, como:
Portanto, para evitar o seu surgimento, vale a pena iniciar um acompanhamento psicológico logo que uma situação grave e estressante aconteça.
Os episódios de despersonalização podem ser desencadeados por um estresse interpessoal, financeiro ou profissional; o uso de drogas ilícitas; a privação do sono; ou a vivência de alguma condição psicológica, como depressão e ansiedade.
Assim, quando uma crise é desencadeada, o paciente sente como se fosse um observador externo da sua vida. Não conseguem controlar suas ações e falas e podem se sentir entorpecidos, anestesiados e com pouca emoção.
Além disso, quando também ocorre a desrealização, o indivíduo sente como se uma parede de vidro ou uma névoa o separasse do ambiente em que está. Enxergam as coisas de forma distorcida e escutam os sons mais altos ou mais baixos do que realmente são.
Importante destacar que eles sempre sabem que o que estão sentindo e percebendo não é o real, o que pode trazer uma aflição e um medo de não conseguirem retomar para o “mundo de verdade” e para os seus corpos.
Em meio a uma crise de despersonalização, existem algumas ações que podem ser adotadas para se ter tranquilidade, reduzir os sentimentos causados pela situação e possibilitar que se sinta mais conectado com o corpo e o espaço. Dentre elas, estão:
São ações simples, mas eficientes para garantir o retorno das sensações reais e o controle da ansiedade que vem junto com a crise.
O diagnóstico do transtorno de despersonalização deve ser realizado por um especialista da saúde mental, como psiquiatra ou psicólogo, respeitando o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-5.
Segundo esse manual, para ser considerado um transtorno de despersonalização, é preciso que o paciente:
Assim, primeiramente, ele deverá fazer uma análise clínica apurada do paciente para descartar outras possíveis condições que possam ter alguns dos sintomas da despersonalização/desrealização, como um transtorno de ansiedade, por exemplo.
Além dessa avaliação, o especialista pode solicitar a ressonância magnética e a eletroencefalografia para descartar algumas causas estruturais, principalmente se os sintomas ou a progressão da condição forem atípicos.
Por último, testes toxicológicos de urina, testes psicológicos e entrevistas especialmente estruturadas também podem ser utilizados para fechar o diagnóstico.
Assim como para outros diversos transtornos, o principal tratamento para a despersonalização/desrealização é a psicoterapia.
Por meio dela, o paciente poderá reconhecer o estresse que ocasionou o transtorno ou situações que o fizeram se tornar predisposto para o seu desenvolvimento, como um trauma mal resolvido na infância. A partir desse reconhecimento, torna-se possível tratar os gatilhos e os conflitos internos provenientes desse evento estressante.
Para alguns pacientes, também pode ser necessária a prescrição de medicamentos por um médico psiquiatra. Contudo, essa não é uma regra e vai variar conforme cada caso.
Além da psicoterapia e uso de medicamentos (quando prescritos), existem outras ações que podem ser realizadas a fim de lidar melhor com o transtorno de despersonalização e seus sintomas, como:
Todas essas dicas são importantes para diminuir a intensidade e a frequência das crises.
Como vimos, o transtorno de despersonalização pode trazer angústia e ansiedade para a vida do indivíduo que o possui, prejudicando severamente o seu cotidiano. Logo, é necessário identificá-lo e tratá-lo o quanto antes.
Fonte: texto retirado do blog Psitto
Link: https://www.psitto.com.br/blog/transtorno-de-despersonalizacao/