Depois que você decide fazer terapia, a primeira pergunta que surge é: com quem eu vou fazer a consulta? Uma breve pesquisa na internet mostra vários nomes complicados, explicações confusas e vários termos que parecem feitos para te afastar da terapia. Por isso, preparamos um guia rápido, simples e certeiro dos principais tipos de terapia. Assim, você começa a cuidar da sua saúde mental da melhor forma possível.
A psicanálise é uma das formas mais antigas de terapia e foi criada originalmente por Sigmund Freud. É uma terapia baseada na conversa que tem como meta trazer pensamentos e sentimentos do inconsciente para o consciente. É um dos tipos de terapia mais comuns.
Algumas técnicas muito específicas são usadas na psicanálise, como associação livre de palavras (o psicanalista fala uma palavra e o paciente responde a primeira coisa que vem à cabeça), cujas respostas serão analisadas pelo profissional. A análise dos sonhos também é uma técnica explorada pela psicanálise.
A psicanálise freudiana pura é raramente usada hoje em dia; justamente por ter sido o primeiro a explorar essas técnicas, muitos dos estudos de Freud se mostraram incompletos. Psicanalistas atuais utilizam conceitos e práticas de vários psicanalistas que seguiram e atualizaram as técnicas freudianas. Foi Freud, no início do século XX, que começou a desenvolver a noção do inconsciente e aplicar sessões de terapia. Nelas, os pacientes falam e o terapeuta escuta e guia minimamente a conversa.
Seguidora de Freud, Melanie Klein foi uma das mais importantes psicanalistas da história. Ela desenvolveu vários conceitos de Freud, mas também explorou caminhos próprios, como no trabalho com crianças e no aprofundamento de ideias como o brincar e a pulsão de morte, um conceito originalmente de Freud.
Um dos mais importantes discípulos de Freud foi Jacques Lacan. Para ele, a psicanálise é uma prática para chegar acessar as camadas mais profundas de cada indivíduo, especialmente por meio da livre associação. Durante a conversa, o/a psicoterapeuta tenta acessar o inconsciente da pessoa através das piadas, atos falhos (equívoco na fala, na memória, em uma atuação física), e interpretações de sonhos. O tempo da sessão é variável e depende do tempo lógico, ou seja, do tempo que o próprio paciente demanda, o que pode resultar em sessões curtas de quinze minutos, por exemplo.
A terapia Jungiana, também chamada de psicologia analítica, foi concebida pelo psiquiatra Carl Jung, no começo do século XX. Jung era um discípulo de Freud, mas se distanciou de seu professor e criou uma teoria própria. Jung desenvolveu vários conceitos, como o inconsciente coletivo e também era muito preocupado com a análise de sonhos. Juntamente com a freudiana, é um dos tipos de terapia mais antigos.
Esse tipo de terapia, assim como a linha psicanalítica de Freud, é baseada na fala. O paciente pode falar do que quiser e da maneira como quiser – o papel do terapeuta é mais ativo, e ele tenta compreender simbolicamente o que o paciente quer dizer. Isso significa que o terapeuta junguiano tenta observar para além dos significados óbvios do que o paciente está dizendo.
Outras estratégias que podem ser utilizadas por terapeutas junguianos são experiências criativas, através de arte, música ou movimento, para encorajar expressão e libertar a imaginação. Assim como os psicanalistas, os terapeutas da linha junguiana podem se valer de associação livre de palavras.
A Terapia Cognitivo-Comportamental é um tipo muito comum de psicoterapia. Apesar da terapia também ser baseada em fala, ela é bastante diferente da psicanálise por alguns motivos. A TCC, como também é chamada, costuma focar em problemas específicos e tem uma abordagem mais objetiva.
A TCC foca em modificar comportamentos e pensamentos considerados disfuncionais, através de uma investigação e posteriormente uma abordagem das crenças irracionais e negativas do indivíduo. Esse tipo de terapia acredita que os pensamentos influenciam os sentimentos e emoções, o que por sua vez, gera um impacto nas nossas ações. A ideia então é abordar esses pensamentos primários. Ao longo do processo, o terapeuta pode sugerir atividades para aplicar no dia-a-dia, com o objetivo de corrigir esses comportamentos percebidos como negativos.
Diferente da psicanálise ou da terapia junguiana, esse é um dos tipos de terapia que foca nas origens dos problemas e nos processos inconscientes de cada pessoa, a Terapia Cognitivo-Comportamental tenta identificar problemas e empregar estratégias para mudá-los. Por ser mais objetiva, geralmente a TCC é mais curta, com impacto imediato, e é mais fácil de medir sua eficácia.
A análise do comportamento é uma forma de psicoterapia que se constrói a partir do behaviorismo. Para essa linha, o mais importante aspecto de se analisar é o comportamento. Diferentemente da abordagem da TCC, que procura entender quais pensamentos negativos estão surgindo das suas crenças mais profundas, o behaviorismo procura identificar os padrões de comportamento.
Esse tipo de psicoterapia acredita que os comportamentos surgem a partir dos reforços que o ambiente fornece. Ou seja, o behaviorismo vai buscar entender o seu condicionamento – como o acontecimentos do seu ambiente moldaram a sua maneira de viver.
A abordagem proposta, portanto, para mudar comportamentos negativos, é entender e identificar esses padrões de comportamento e tentar desenvolver respostas mais adaptadas e saudáveis aos estímulos externos. É um dos tipos de terapia que difere da psicanálise.
A terapia Gestalt é uma terapia que surge da linha de estudos na psicologia do mesmo nada. O termo Gestalt significa que o todo é diferente que a soma das partes – nesse sentido, é uma terapia que enfatiza a percepção, e como nós damos atenção e provemos significado nas nossas experiências.
Diferente das terapias mais tradicionais, a Gestalt possui abordagens alternativas; ao invés de simplesmente conversar sobre os sentimentos, ela sugere trazer as emoções e experiências para o presente através de diversas técnicas. Por exemplo, ela propõe que o paciente interprete as experiências do passado ao invés de simplesmente falar sobre elas. Outra abordagem clássica da Gestalt, por exemplo, é a técnica da cadeira vazia, na qual o paciente conversa com uma cadeira vazia imaginando que nela está uma outra pessoa ou uma parte de si mesmo.
A ênfase na Gestalt é no contexto e no presente – a proposta é que o cliente perceba seus próprios padrões de pensamento e comportamento através dessas diversas atividades.
O psicodrama é uma técnica de terapia, geralmente em grupo, cuja principal característica é a dramatização. O método foi criado pelo médico romeno Jacob Levy Moreno no século XX. O desenvolvimento do psicodrama foi um grande rompimento com outras técnicas de terapia, e foge completamente dos tipos de terapia tradicionais de configurado por um médico e um paciente sentados conversando.
Em uma sessão, o processo de dramatização (individual ou grupal) ocorre a partir do convite do terapeuta – a ideia é trazer os conflitos interiores para o momento presente, e, que através da ação, seja realizada uma investigação do protagonista posto ali.
Sendo uma intersecção entre o teatro e a psicologia, o psicodrama é bastante inovador. A livre expressão de medos, inquietações e angústias que é permitida e incentivada na prática do psicodrama é bastante valiosa para o desenvolvimento terapêutico, e várias técnicas desse tipo de abordagem podem ser usadas em outros âmbitos da terapia.
A terapia EMDR (sigla em inglês para Eye Movement Desensitization and Reprocessing, ou seja, Desensitização e Reprocessamento a partir de Movimentos Oculares) é uma modalidade relativamente nova de terapia, criada pela doutora Francine Shapiro entre os anos 1980 e 1990.
A técnica, como o nome sugere, surgiu como uma terapia que, a partir de movimentos oculares, juntamente com o atendimento terapêutico, se propunha a reprocessar memórias antigas e traumáticas. Hoje em dia, não somente estímulos visuais são usados, mas também estímulos bilaterais táteis e auditivos.
Originalmente usada para tratar estresse pós-traumático, a terapia EMDR atualmente pode lidar com uma diversidade de demandas, que geralmente são bastante pontuais. A proposta é que, através de um número pequeno de sessões, o problema esteja resolvido.
A escolha de qual profissional buscar é muito pessoal e pode ser influenciada por muitos elementos, como distância do consultório, valor da consulta, indicação de conhecidos. A linha que o profissional segue também deve ser levada em consideração, mas, no fim das contas, não existe uma resposta certa: o ideal é procurar uma profissional com a qual você se sinta confortável.
Além disso, é normal que ao longo da vida, as pessoas mudem de terapeuta e inclusive de linha, pois cada abordagem foca em alguns aspectos específicos do indivíduo. Portanto, não sinta que você está abrindo mão de várias abordagens ao escolher uma. É possível transitar entre várias delas – e muitos profissionais fazem isso organicamente, “emprestando” técnicas de outras linhas teóricas dentro da sua própria.
O mais importante é começar a terapia e se ater a ela. Hoje em dia existem várias opções, que podem se adaptar à sua situação. Procure testar algum serviço e se ater a ele por um tempo, e, caso fique insatisfeito, não desista e busque outro tipo de terapia – com certeza você vai achar uma solução que vai te trazer muitos benefícios.
Fonte: Vitalk
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