Apesar do álcool ser uma droga legal, disponível e socialmente aceita, seu consumo excessivo está associado a diversos riscos. Aumento da ansiedade, distúrbios do sono, comportamento impulsivo e acidentes são alguns deles.
A OMS reforça que não há nível seguro de consumo de álcool, já que nenhum consumo é isento de riscos à saúde.
“Assim como outras drogas, o abuso do consumo de álcool pode levar à dependência e aumenta, inclusive, a predisposição de adicção em outras drogas, principalmente com o consumo precoce. O consume precoce também aumenta as chances da pessoa desenvolver outros transtornos mentais.” Clarice Madruga – psicóloga especialista em drogas e membro da equipe de saúde mental do Instituto Ame sua Mente.
Além disso, o álcool não só é socialmente aceito como também há uma forte pressão em prol do seu consumo em momentos de socialização. Muitas vezes, o estímulo está em casa, o que reforça essa atitude entre os familiares e influencia os mais jovens. A convivência com os amigos também impõe uma grande barreira a quem quer ficar fora desse padrão de comportamento.
É importante lembrar que o jovem está em uma fase da vida em que o consumo é ainda mais nocivo, pois impacta o desenvolvimento neurológico do cérebro.
Porém, existem alguns pontos chave para quem quer beber menos ou parar de beber. Abaixo, pontuamos alguns desses fatores:
O primeiro passo é “abrir a cabeça” para outras maneiras de socializar sem o consumo de álcool. Ou seja, é preciso se desvencilhar da crença enraizada em nossa cultura de que é preciso beber para se divertir. Nossa mente é a nossa lente para o mundo. Assim, os pensamentos e a forma como interpretamos a realidade impactam nossas emoções que, por sua vez, influenciam o nosso comportamento. Por isso, é preciso olhar para si atentamente. A partir do autoconhecimento, podemos nos conscientizar para estabelecer um estilo de vida em sintonia com os nossos próprios valores e desejos.
Evitar ou combater o uso excessivo de bebida alcoolica compromete o desenvolvimento emocional. Tanto o álcool quanto outras drogas, muitas vezes, funcionam como válvula de escape. Porém, o melhor caminho para evitar o estresse e a sobrecarga mental é regular as emoções e lidar melhor com as situações adversas do dia a dia. Com isso, é possível experimentar mais leveza, sem a necessidade de substâncias para atingir o estado de relaxamento.
A autoestima é a base para viver a partir do nosso próprio ponto de vista. Pois a partir dela, conseguimos cumprir nossas experiências, conquistas e dificuldades, com uma atitude menos negativa e autocrítica. É preciso estar bem para colocar limites na insistência de outras pessoas que reforçam a bebida como a única forma de diversão. Buscamos um sentimento de pertencimento, sendo que na adolescência essa necessidade é ainda maior. Por isso, é tão importante ter a autoestima fortalecida para saber dizer “não”.
Para quebrar um padrão é preciso saber como eles se estabelecem. Hábitos e comportamentos condicionados se formam a partir de 4 etapas: gatilho, desejo, resposta e recompensa. O gatilho é o disparador da ação e costuma estar relacionado aos estados emocionais, lugares ou ao tempo dessa ação. Após o disparo do gatilho, há a estruturação de um desejo, que cria a necessidade de uma resposta. Por fim, há uma recompensa, decisiva para que o cérebro avalie se vale a pena memorizar e repetir essa ação.
Se você deseja mudar um comportamento, reduzir a exposição ao gatilho e dificultar a resposta pode ajudá-lo(a) a ter sucesso nessa missão.
Vale manter em mente que a sua motivação é essencial para a mudança de hábito. Um propósito claro nos impulsiona a agir e nos ajuda a fazer escolhas alinhadas às nossas prioridades e expectativas.
Fonte: texto retirado do blog Ame sua Mente
Link: https://www.amesuamente.org.br/blog/socializar-sem-alcool/