• 29 março, 2021

Sincronicidade: os detalhes apontam a felicidade

Ao reparar no que muitos chamam de “acaso” e não ter medo dessa sincronicidade da vida ampliamos a chance do encontro com a felicidade.

Ir para o trabalho, passar no supermercado, buscar os filhos na escola, responder aos e-mails, interagir com os amigos nas redes sociais… O cotidiano que nos cerca é, muitas vezes, fatigante. Nessa rotina, encontrar espaço na agenda para observar os encontros do dia a dia é quase nulo. Mas observar com afeto os acontecimentos externos, que conversam com os desejos que temos, é uma das maneiras de encontrar a felicidade. 

E é sobre isso que Jorge Trevisol fala com Vida Simples. O tema é um resumo do que ele abordará em Sincronicidade, Atenção Plena e Felicidade, palestra que apresenta no IV Congresso Internacional de Felicidade, que ocorre entre os dias dois e três de novembro, em Curitiba, no Paraná. 

Sincronicidade, Atenção Plena e Felicidade: conte-nos um pouco sobre o que será abordada em sua palestra? 

A palestra tem como fim criar um campo de amorosidade através do tema da sincronicidade. Isto é, se estivermos atentos, naquele instante, então teremos um excelente momento, onde muitas intuições se mostrarão através de tantos dos que ali estarão. Falando sobre sincronicidade as pessoas irão sentir muita alegria e experimentarão que se estivermos atentos percebemos que tudo está conectado e que tudo fará sentido. E então saberemos o que é felicidade. 

Como isso irá acontecer? 

Por meio do canto de mantras, que nos trarão para um lugar rítmico interno; por meio da poesia e do conto de histórias que nos levarão para o campo da estética, tocando a beleza, a verdade e a bondade. E ali estaremos no melhor lugar de nós mesmo, aquele ponto de vista do qual é possível tudo ver por meio do amor, pois estaremos vendo através do coração e não mais da razão. 

Sincronicidade é comumente tratada como acaso. Entender e aceitar o que é sincronicidade é um passo para o autoconhecimento e consequentemente felicidade? 

Sincronicidade não tem nada a dizer sobre o acaso. É justamente o contrário: no mundo sincrônico não existe lugar para o acaso. Pela sincronicidade se alcança o significado que, sem ela, tudo seria um acaso. A sincronicidade é a via que  podemos conhecer quem somos através daquilo que se manifesta nos fatos que se dão ao nosso redor, das pessoas que normalmente se aproximam de nós, dos lugares que acabamos escolhendo ir, do parceiro com quem decidimos casar, inclusive, do jeito que escolhemos nesse mundo estar ou dele partir.

Uma vida vivida sob o véu da sincronicidade nos mantém em contínua conectividade sem ter que trabalhar tanto com a racionalidade, pois não pede razões – ela requer interpretação, uma atividade da mente que permanece atenta às intuições, a fim de elaborar os significados, através do coração. Nessa ótica, sincronicidade é um jeito de ver, é adotar um estilo de vida centrado sobre a visão do todo que faz o indivíduo perceber e sentir que ele é uma parte de uma grande inteireza, e que existir nela ou não faz uma grande diferença. 

Como tirar proveito da sincronicidade?

Não basta querer viver em sincronicidade. Há que se perder o medo de se perder. Há que se acreditar que não há nada que possa desamparar você. E que não há ninguém que me possa desviar do caminho. Que tudo concorre para que meu propósito existencial se cumpra. Quando isso acontecer, só então, é que eu permitirei que a vida se manifeste em mim do jeito que ela é, com a razão pela qual eu aqui estou e com as expressões que somente ao meu ser pertencerão. 

Então, qual é o papel de cada um de nós? Antes de fazer qualquer script da vida ou de traçar tarefas a serem cumpridas para que a história de mim mesmo se concretize, há que se observar como a vida se manifesta através do meu ser:  observar que eu sinto, perceber as intuições que tenho, os sinais que se manifestam ao meu redor e, principalmente, prestar atenção aos sonhos noturnos que vou tendo. Outro exercício para tornar-nos mais sincrônico é voltar ao tempo de criança: do que é que eu mais gostava? O que mais me alegrava? O que é que eu detestava? A quem eu mais amava? E onde eu gastava mais meu tempo? Pois na infância nós já vivemos a sincronicidade. Já teve uma época em que nos sentimos unidos a tudo. O tempo em que a separatividade ainda não cabia na nossa forma de existir.

Portanto, a melhor forma de aproveitar a sincronicidade e treiná-la em nós é aprender a tudo observar e tudo conectar, buscando sempre a visão do todo e sentir-se nele como que dançando uma contínua dança, onde o significado de tudo está ao todo relacionado. E o fruto desse jeito de viver será a noção de a tudo pertencer. 

Os sonhos têm mesmo um caráter condutor? Caso sim, como tirar proveito deles?

É importante observar os sonhos, pois eles são, normalmente, a expressão a partir de dentro, daquilo que buscamos compreender fora, através do exercício da visão sincrônica. O sonho é uma regressão espontânea. No entanto, há que ser interpretado e, para interpretá-lo há que se fazer uso da sincronicidade, da intuição para a leitura do significado. Para quem tem habilidade em lidar com os sonhos pode crescer muito através deles, já que são a alma falando enquanto a mente dorme. São eles que falam de nós enquanto dormimos e, normalmente, mostram verdades que a mente ainda não conhece.

FONTE: Vida Simples

Fonte: Flowing