Ingrediente presente na cozinha dos brasileiros não deve ser visto como vilão. A dica é evitar o excesso.
Depois de uma refeição, em um encontro com amigos ou numa reunião familiar, ele está sempre por ali. Ele, no caso, responde pelo nome de açúcar. E você, nesse momento, provavelmente já pensou em algo, mais ou menos assim: “eu gostaria tanto de comer esse docinho, mas será que posso?”.
A resposta para essa pergunta é: depende de como é a sua alimentação.
O açúcar não é vilão. Ao contrário, ele é muito importante para o funcionamento do nosso corpo. Mas, o seu consumo em excesso aumenta o risco de obesidade, cáries dentárias e doenças como o diabetes.
Então, quanto de açúcar eu posso comer?
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo diário de açúcares livres – ou seja, aqueles adicionados aos alimentos pelo fabricante, pelo cozinheiro ou pelo consumidor — não deveria passar de 10% das calorias ingeridas por uma pessoa.
Na realidade, de acordo com a OMS, para melhores benefícios à saúde, esse número deveria cair pela metade, ou seja, apenas 5% do consumo diário de energia de uma pessoa, o que equivale a 25 gramas por dia (ou pouco mais de 9 kg por ano).
No Brasil, consome-se muito açúcar. Em 2018, no evento em que foi apresentada a meta de reduzir 144 mil toneladas de açúcar em produtos industrializados, o Ministério da Saúde divulgou que o brasileiro come 80 gramas de açúcar diariamente. Quase o dobro da primeira recomendação da OMS.
Açúcar faz bem. Só não pode exagerar.
Quem está com a saúde em dia não precisa eliminar o açúcar da dieta, tampouco dosá-lo a conta-gotas. “O açúcar não deve ser o vilão da vez. O que faz mal é o seu consumo em excesso”, afirma Márcia Terra, secretária-geral da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN).
De acordo com Priscila Moreira, nutricionista do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, bolachas (principalmente recheadas), refrigerantes, sucos industrializados e pães são líderes em quantidade de açúcar e, por isso, devem ser ingeridos com moderação. O consumo frequente desses alimentos aumenta o risco de obesidade e de outras doenças.
Um copo de refrigerante tradicional, por exemplo, tem 25 gramas de açúcar. “A versão zero é livre do composto, mas não é indicada por conter outros componentes químicos prejudiciais à saúde, como o sódio”, indica Priscila.
“Consumido sem exageros, por outro lado, o açúcar gera benefícios fundamentais para a saúde do ser humano — principalmente o não refinado, como o mascavo”, pondera Priscila. O composto é o principal responsável por levar glicose para o corpo, que é o combustível das células. Ou seja, nos fornece energia para viver.
“Como o açúcar mascavo não passou por processo de refinamento, ele também conserva mais características da cana de açúcar. Em 100 g do mascavo, existem 85 mg de cálcio, 29 mg de magnésio, 22 mg de fósforo e 346 mg de potássio. A mesma quantidade de açúcar refinado conserva cerca de apenas 2 miligramas desses nutrientes”, detalha a nutricionista.
Além de ser fonte de energia, o composto atua como calmante natural, auxiliando na produção de serotonina, hormônio responsável pela regulação do humor.
E o açúcar das frutas?
A frutose presente em frutas e alguns legumes não entra naquela cota que a OMS recomenda para consumo humano (entre 25 e 50 gramas por dia).
A OMS diz que o consumo desses alimentos in natura deve ser promovido e estimulado para qualquer faixa etária.
Só que isso não significa que o consumo de frutas deve ser desenfreado. Segundo Priscila, o ideal é comer de três a quatro frutas por dia em horários espaçados, para não sobrecarregar o corpo com açúcar.
Como não consumir açúcar em excesso?
Para chegar ao equilíbrio e evitar um ganho de peso descontrolado, Márcia Terra afirma que é fundamental “comer de tudo um pouco” e realizar atividades físicas com frequência.
Na avaliação da secretária-geral da SBAN, uma alimentação equilibrada exige que a pessoa faça escolhas. O exagero no doce não deve ser uma opção, tampouco ser usado como prêmio ou consolo. “Se você estiver comendo, qu o momento seja de prazer e gratidão. É preciso dar tempo para o cérebro processar o alimento”, argumenta Márcia.
Fonte: Viva a Longevidade
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