• 25 abril, 2020

Quando a tempestade passar

De forma incrível, ela passará. Sempre passa. Um dia, a crise que domina nossa mente e nossa sociedade ficará no passado, mas não será esquecida facilmente. Haverá uma noção de um mundo que existia antes e outro que veio depois. Os mais velhos contarão aos mais jovens como era a sociedade anterior, e o contraste encantará e confundirá. Crucialmente, a mudança exata não está predeterminada. Não está em nossas mãos evitar a crise, mas cabe a nós determinar o que ela pode significar e poderá gerar no longo prazo. Como na vida pessoal, rupturas têm a capacidade de nos levar a revelações. Quais seriam elas? Já podemos nos perguntar como, idealmente, queremos que o mundo seja depois, e também de quais coisas queremos muito mais ou muito menos.

O que aprendemos que queremos mais…

 Possibilidade

Crises revelam que, sob pressão suficiente e com a inquietude imaginativa causada pela necessidade, praticamente tudo pode ser repensado: fornecimento de dinheiro; sistema educacional; serviço hospitalar; apoio comunitário; entretenimento; lazer; e amor. Podemos viver de forma totalmente diferente e, em alguns aspectos, de forma muito mais frutífera, alegre, gentil e eficiente.

Afinidade

O velho mundo nos ensinou muito sobre nós mesmos como indivíduos. A tempestade nos fez lembrar que somos criaturas de grupo.

 Disposição para servir

Aprendemos sobre o prazer de servir aos outros. Aprendemos a dar o devido reconhecimento a um desejo que estava tímido dentro de nós: ajudar a estranhos.

Amor

Superamos o romantismo e descobrimos uma forma mais aberta e menos possessiva de amar: um amor por amigos, vizinhos, colegas e outros seres humanos vulneráveis e sofredores.

 E o que aprendemos que queremos menos…

Frivolidade

Existirão muitas outras crises: o asteroide de 2043; o terremoto de 2192; a invasão alienígena de 2289… Deveríamos garantir que, quando elas acontecerem, estejamos ocupados com buscas alinhadas a nossa dignidade natural e noção de significado.

Ingratidão

Seremos conhecedores de tudo o que é encantador e está disponível por custo quase algum, aqui e agora. 

Desconfiança

Nós nos livraremos de nosso medo de tocar. Valorizaremos cada momento de contato tangível.

Excesso de animação

O pessimismo carregado de alegria nos proporcionará perspectivas mais sábia.

Cada momento de extrema mudança, de encarar a morte mais de perto, individualmente ou em sociedade, implora para que encaremos uma grande questão muitas vezes ignorada: como realmente gostaríamos de viver? A tempestade é nossa chance de pensar em uma ou duas respostas mais profundas, satisfatórias e que contribuirão para uma vida melhor quando tudo isso passar.

FONTE: The School of Life

Fonte: Flowing