• 30 agosto, 2019

Por que não somos magros como nossos avós

Mudanças no nosso estilo de vida favorecem um maior ganho de peso do que há 40 anos.

Muita gente olha fotos de como eram seus pais e avós na juventude e tem a impressão de que naquela época todo mundo era magro. Pode não ser apenas uma impressão: as pessoas realmente pesavam menos, aponta um artigo do HuffPost Brasil.

Ao longo das últimas quatro décadas, a taxa de obesidade aumentou bastante pelo mundo. Se em 1975 apenas 6,4% das mulheres eram obesas no mundo, em 2014 esse número foi para 14,9% –entre os homens, a taxa foi de 3,2% para 10,8% nesse período.

O curioso é que, mesmo que as pessoas hoje se exercitem e tenham acesso a alimentos mais saudáveis, estão mais pesadas do que há 20 ou 30 anos. Um estudo da Universidade York mostra que hoje os adultos têm mais dificuldade de manter o peso do que no passado, mesmo consumindo a mesma quantidade de comida e fazendo exercícios.

Segundo esse estudo, os adultos de hoje estão 10% mais pesados do que os da década de 80, mesmo seguindo a mesma dieta e fazendo exercícios. Os pesquisadores descobriram que um adulto que, em 2006, consumisse as mesmas calorias, gorduras e proteínas, e fizesse exercícios físicos da mesma forma que uma pessoa fazia em 1988 teria um índice de massa corporal cerca de 2,3 pontos maior.

“O resultado do nosso estudo sugere que se você tiver 40 anos agora, você deveria comer menos e se exercitar mais para ter o mesmo peso de alguém com 40 anos na década de 70”, disse a professora Jennifer Kuk, coautora do estudo. “No entanto, isso também indica que há questões específicas que estão contribuindo para o aumento da obesidade, além da dieta e de exercícios.”

Três fatores podem explicar por que nosso peso mudou nas últimas décadas: produtos químicos, remédios e a flora intestinal. Um estudo publicado na University of Novi Sad, na Sérvia, revelou que um componente químico muito comum em produtos de plástico, como os ftalatos, pode contribuir para o aumento do risco de obesidade, diabetes e doenças cardíacas.

O uso de remédios, principalmente os antidepressivos, também pode ter mudado nossos corpos. Com o aumento dos diagnósticos de depressão nos últimos anos, houve um aumento na preocupação sobre efeitos colaterais destes remédios, como o aumento do apetite e alterações no nosso metabolismo.

Por fim, mudanças na nossa dieta podem afetar a flora intestinal, pois uma alimentação pobre em fibras e rica em gordura inibe as boas bactérias de fazerem seu trabalho, o que pode ter reflexo no ganho de peso.

FONTE: Viva a longevidade

Fonte: Flowing