• 9 junho, 2019

Por que checamos o celular compulsivamente (e como parar)

Pequenas mudanças de configuração e de comportamento ajudam a tirar os olhos do aparelho

De tanto ouvir as pessoas se queixarem de que passavam tempo demais olhando para a telinha do celular, a pesquisadora Alexis Hiniker e seus colegas da Universidade de Washington decidiram fazer um estudo para descobrir os porquês dessa relação tão problemática com o celular.

Depois de entrevistar um grupo de pessoas com idades entre 14 e 64 anos, eles descobriram que as redes sociais eram o principal motivo para o comportamento compulsivo. “Surgiram alguns outros, como joguinhos, YouTube, e-mail e mensagens de texto”, relata Hiniker ao Healthline.

Os quatro maiores gatilhos para o uso compulsivo do telefone foram identificados: momentos desocupados, antes ou depois de tarefas entediantes, situações sociais esquisitas e espera por mensagens e notificações.

Por outro lado, os pesquisadores também descobriram quais fatores interrompem esse uso excessivo do telefone: demandas do mundo real (como encontrar um amigo ou ter de sair de casa), a percepção de ter passado a última meia hora no telefone e reparar que um conteúdo já foi visto.

O pesquisador Larry Rosen, que também estuda o uso compulsivo do celular, descobriu que existem algumas maneiras de mudar esses hábitos. Ele concluiu que muita gente checa o celular por tédio ou por medo de perder alguma coisa e pensou em algumas estratégias para reverter a situação.

Uma delas é colocar a tela em preto e branco (quando o aparelho permite) para tornar as redes sociais menos atraentes. Ele sugere fazer isso particularmente à noite, para não atrapalhar o processo de pegar no sono. Outra dica é ativar o modo noturno do telefone, que reduz a luz azul e também deixa as cores na tela menos atraentes.

“Também pedimos aos participantes para não deixar senhas salvas no celular e para tirar o telefone do quarto uma hora antes de dormir. Em três semanas, eles reduziram substancialmente o uso do aparelho”, afirma o pesquisador.

Os participantes da pesquisa de Hiniker, por exemplo, decidiram criar um mecanismo de bloqueio para não usar o telefone em determinados períodos do dia. Eles também passaram a usar mais os aplicativos que ajudam a nos conectar com o mundo real, com a família e os amigos, tornando a experiência mais significativa.

Para o professor de vícios comportamentais Mark Griffiths, da Nottingham Trent University, o problema não é o telefone em si. “Quem faz um uso problemático do telefone não é viciado no telefone, e sim transporta seus vícios para o telefone. Os aplicativos são mais problemáticos do que o aparelho.”

FONTE: Viva longevidade – Por Redação

Fonte: Flowing