• 1 março, 2022

Saiba quais comportamentos podem ser gatilhos dos vícios

Algumas pequenas atitudes, para pessoas que têm tendência a vícios, podem servir como irresistíveis estopins para maus hábitos. Uma inocente xícara de café, por exemplo, é o suficiente para despertar a vontade quase irresistível de acender um cigarro em fumantes. O mesmo ocorre com bebida alcoólica, dupla quase inseparável do cigarro.

De acordo com um estudo publicado no British Medical Journal e feito pela Universidade de Oregon, nos Estados Unidos, alguns comportamentos podem, até mesmo, provocar o surgimento de vícios.

Adolescentes que costumam assistir a filmes em que os atores consomem álcool, segundo pesquisadores, têm duas vezes mais chances de começar a beber que jovens que não o fazem – e apresentam 63% mais chances de evoluir para o binge drinking, termo usado para designar consumidores excessivos de álcool.

Durante dois anos, cerca de 6,5 mil crianças e adolescentes de 10 a 14 anos foram entrevistados sobre o consumo de álcool e fatores que influenciariam o surgimento do vício, como ambiente doméstico com fácil acesso à bebida, comportamento dos pais em relação ao álcool e rebeldia pessoal.

Os entrevistados assistiram a 532 filmes e foram orientadas a selecionar 50. Os pesquisadores mediram o tempo das cenas com consumo de álcool, bem como as imagens em que apenas a marca das bebidas foi mostrada.

Ao todo, os adolescentes ficaram expostos a uma média de quatro horas e meia de cenas que mostravam o uso de álcool. Em alguns casos, dependendo dos filmes selecionados, esse número dobrou.

Os pesquisadores, então, descobriram por meio de questionários posteriores que os jovens que selecionaram filmes em que os personagens eram alcoolistas foram aqueles que estavam duas vezes mais propensos a beber também. Além disso, 28% dos que passaram a ingerir álcool admitiram que se espelharam nos astros.

Ao longo dos 24 meses de estudo, a proporção de adolescentes que começou a beber dobrou: o índice dos que afirmaram já ter experimentado álcool passou de 11% para 25%. E o cinema não serviu apenas como ponto de partida para o vício.

Os jovens que passaram a consumir álcool em excesso, ou seja, mais de cinco doses de bebida seguidas, triplicam de 4% para 13%. A influência do comportamento dos pais dentro de casa foi, de acordo com o trabalho, uma das explicações para os resultados alarmantes.

“O uso de álcool pelos pais foi relatado por 23% dos entrevistados, enquanto 29% deles disseram que poderiam obter álcool em casa com facilidade”, escreveram os condutores do estudo.

Colecionar roupas, chaveiros e outros objetos com marca de bebida também foi um dos fatores como estimulante para o alcoolismo. A convivência com amigos que bebem e, claro, a própria personalidade dos entrevistados também contaram para a inclinação ao copo.

Se o cinema dá vontade de beber, beber dá vontade de fumar. Outro estudo, feito pela Universidade de Otago, na Nova Zelândia, descobriu que muitos frequentadores de bares já sabiam: a bebida alcoólica é um catalisador para o tabagismo.

A presença de amigos fumantes, assim como no caso de bebidas alcoólicas, também funcionou como um incentivo para o ato de fumar.

O estudante Ítalo Martins, de 23 anos, admite que a vontade de fumar e beber depende do contexto em que se encontra no momento. O clima propício do bar, o gosto da cerveja e a presença de amigos fumantes são os principais fatores que o levam a acender um cigarro, por exemplo.

“Já ocorreu de me dar vontade de fumar depois que vi alguém fumando em filmes, propagandas e até em desenhos animados”, descreve. “Penso imediatamente em como seria tragar naquela hora.”

O estudante, contudo, não concorda que apenas assistir a pessoas consumindo álcool ou tabaco, em filmes ou na vida real, seja um fator forte o suficiente para desencadear o vício em quem quer que seja.

Fonte- Freemind

Fonte: Flowing