• 9 fevereiro, 2025

O que é TEPT, sintomas e como lidar melhor com o Estresse Pós-Traumático

É provável que você já tenha visto essa sigla em algum lugar, mas você sabe o que é TEPT e o seu significado?

O Transtorno de estresse Pós-Traumático é uma condição de saúde mental que atua como uma resposta a experiências traumáticas, a qual pode aparecer logo após o trauma ou meses depois.

Ainda, esse quadro pode ser muito debilitante, causando um impacto profundo na saúde mental e no bem-estar emocional das pessoas que são afetadas pelo quadro.

O Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) requer tratamento psicoterapêutico não apenas para os sintomas da condição, como também para processar e aprender a viver com o evento traumático.

Trata-se de um processo de aceitação que requer muita desconstrução e apoio emocional de entes queridos, além do psicólogo.

Como identificar sinais de TEPT e de que forma ajudar pessoas próximas que estão passando por essa difícil situação?

O que é TEPT e quais os sintomas mais frequentes?

Frequentemente abreviado como TEPT, o Transtorno de Estresse Pós-Traumático é definido como uma condição psicológica que afeta pessoas que foram expostas a eventos traumáticos, em qualquer nível e de qualquer natureza.

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Estresse Pós-Traumático, ou DSM-V, ele faz parte do grupo de transtornos relacionados aos traumas e estresse; ou seja, o critério definidor é a exposição a um evento traumático ou muito estressante.

Esses eventos que geram algum tipo de trauma podem incluir experiências como:

  • abuso;
  • violência;
  • acidentes graves;
  • desastres naturais;
  • situações de combate;
  • entre outros.

O TEPT pode afetar qualquer pessoa, independentemente de sua idade, gênero ou histórico de vida.

Uma pessoa com TEPT apresenta uma série de sintomas cuja intensidade e frequência pode variar, isso porque o sofrimento psicológico subsequente ao trauma não é o mesmo para todo mundo — cada indivíduo reage de uma forma.

Veja os principais sintomas abaixo.

Sintomas de intrusão

Os sintomas de intrusão são caracterizados por memórias involuntárias do evento traumático.

Assim, a lembrança do trauma subitamente retorna à mente do indivíduo, causando ansiedade, pânico e preocupação em sofrer o mesmo tanto que sofreu na situação traumática.

Pesadelos recorrentes sobre o acontecimento, pensamentos intrusivos e flashbacks também fazem parte desse grupo de sintomas.

Em alguns casos, o indivíduo com TEPT pode perder completamente a consciência do ambiente onde se encontra por estar dominado pelas memórias do ocorrido.

Sintomas de esquiva

Para não sofrer, o indivíduo evita pensamentos, sentimentos ou memórias associadas ao evento traumático.

Em outras palavras, reduz o contato com gatilhos.

Os fatores mencionados anteriormente não precisam ser exatamente iguais aos do momento do trauma, mas, sim, despertar a lembrança ou sentimentos semelhantes ao vividos naquele momento.

O comportamento de esquiva envolve também evitar atividades, lugares, pessoas e conversas que possam desencadear as memórias do trauma.

Em casos graves, o indivíduo traumatizado prefere passar a maior parte do seu tempo em casa, possuindo maior suscetibilidade a desenvolver o medo de frequentar ambientes públicos ou movimentados.

Estado de alerta e reações

A pessoa que passou por um trauma pode desenvolver hipervigilância, um estado de alerta que a deixa extremamente sensível ao que acontece no ambiente.

Logo, tem reações exageradas a sons altos, sobressaltando-se com mais frequência, e a conversas e atitudes, podendo até ficar um pouco paranoico.

O estado de alerta provoca muita exaustão, uma vez que os sentidos da pessoa ficam ultrassensíveis.

Assim, ela pode passar o dia irritada, cansada ou ansiosa e somente conseguir relaxar quando está em casa em um cômodo considerado seguro por ela.

Outros sintomas de TEPT

alteração do humor é outro sintoma comum do TEPT. A pessoa com essa condição passa a ser acompanhada por um estado emocional perpetuamente negativo.

Sendo assim, ela está quase sempre de mau humor, inquieta, com raiva ou triste.

É igualmente comum sentir vergonha tanto do evento traumático, como se passar por ele a transformasse em uma pessoa fraca, quanto aos seus comportamentos reativos.

A perda de memória de partes significativas do acontecimento, também chamada de amnésia dissociativa, é um sintoma que pode ser um obstáculo durante o tratamento.

Para conseguir se lembrar de tudo o que aconteceu, a pessoa traumatizada precisa reviver os sentimentos e sensações provocadas pelo trauma.

Embora seja um processo doloroso, é necessário para superar o acontecimento marcante.

Outros sintomas do TEPT são, ainda: 

  • insônia;
  • anedonia;
  • hiperarousal;
  • hiperatividade;
  • falta de interesse;
  • pesadelos recorrentes;
  • distanciamento das pessoas;
  • comportamento autodestrutivo;
  • convicções negativas sobre si mesmo;
  • entre outros.
O que causa o TEPT?

O Transtorno de Estresse Pós-Traumático tem explicações variadas para a sua causa verdadeira, inclusive sendo diferente para cada pessoa — um dos fatores que tornam esse quadro clínico tão complexo, exigindo muita atenção no desenrolar de um tratamento.

Quando observamos de uma perspectiva geral, um evento traumático é a causa do TEPT; entretanto, são considerados gatilhos comuns para o desenvolvimento desse transtorno:

  • fatores neurobiológicos do paciente;
  • falta de suporte de amigos e familiares;
  • alguns traços de personalidade, como o temperamento;
  • histórico familiar que contempla outros transtornos mentais;
  • uso inadequado de substâncias como o álcool e demais drogas ilícitas;
  • carreira e atuação em uma área que pode expor o indivíduo a muitos riscos, como o caso de médicos, bombeiros e policiais.
Fatores de risco do Transtorno de Estresse Pós-Traumático

Muitos indivíduos questionam se é possível prevenir o TEPT e essa é uma pergunta difícil de responder, principalmente porque as pessoas possuem níveis distintos de sensibilidade ao estresse, como mencionamos anteriormente.

Dois indivíduos podem passar pelo mesmo trauma e ter reações diferentes.

Enquanto um consegue administrar o estresse de modo excelente, o outro pode experimentar muito sofrimento psicológico.

À sensibilidade às emoções negativos, atribui-se o nome de neuroticismo, um dos cinco traços de personalidade da teoria dos traços psicológicos, desenvolvida na época de 80.

Esse traço corresponde a uma facilidade de experimentar emoções de caráter negativo, como inveja, estresse, raiva, ansiedade, tristeza e culpa.

Como é feito o diagnóstico de TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático)?

O diagnóstico de estresse pós-traumático é diagnosticado mediante a avaliação psicológica do psicólogo ou do médico psiquiatra.

Para isso, são investigados os sintomas considerados critérios para o diagnóstico do TEPT.

Caso a pessoa consiga falar sobre o trauma sem grande resistência já na primeira consulta, ela é encorajada a discorrer, de modo breve, sobre ele.

No caso de crianças, o relato dos pais ou responsáveis é essencial para determinar a severidade do diagnóstico.

Muitas pessoas que sofrem traumas, principalmente nos primeiros anos de vida, reprimem a memória do evento traumático.Agende agora sua terapia online com um psicólogo

Esta é uma forma do cérebro de proteger a pessoa do sofrimento, mas a memória do acontecimento fica no inconsciente dela e os efeitos negativos provocados por ela são refletidos no comportamento.

Nesses casos, é comum a pessoa com TEPT procurar o psicólogo por acreditar ter depressão ou ansiedade e receber o diagnóstico de estresse pós-traumático.

Independentemente da causa dessa condição clínica do paciente, a melhor forma de direcionar um diagnóstico assertivo é por meio de uma avaliação cautelosa de um psicólogo especialista, podendo também ser um papel desempenhado por um terapeuta.

Como age uma pessoa com estresse pós-traumático?

Para ajudar alguém a buscar um tratamento assertivo ao sofrer desse quadro ou, ainda, identificar potenciais sintomas em si mesmo, é fundamental saber quais são os indícios de que o paciente pode estar dentro de um quadro de TEPT.

Citamos ao longo deste artigo os principais sintomas que acometem pessoas que estão sofrendo deste transtorno; ainda, vamos destacar abaixo como identificar atitudes comuns em pacientes, confira:

  • hiperconcentração;
  • distúrbios do sono;
  • irritabilidade e reatividade;
  • evitação de lembranças traumáticas;
  • comportamentos de evitação social;
  • comportamentos de autossabotagem;
  • sintomas relacionados a ansiedade e pânico.

Ainda, os comportamentos e reações mais comuns em pessoas passando por essa situação são fortemente influenciados por fatores externos, como a gravidade do trauma em questão, suporte social disponível, bem como as estratégias de enfrentamento desenvolvidas ao longo do tempo de convivência com o trauma.

Quanto tempo pode durar o estresse pós-traumático?

Os sintomas do estresse pós-traumático agudo podem durar de um a três meses após o trauma.

Quando ele é crônico, eles perduram por mais de três meses e podem acompanhar a pessoa por vários anos.

Os primeiros sintomas podem aparecer até seis meses depois do evento traumático.

É importante destacar que o TEPT não é considerado uma condição de curto prazo, e que não segue um padrão de duração, variando muito de um paciente para outro, bem como os diversos fatores externos que contribuem para esse quadro.

Tipos de tratamento para TEPT

O transtorno de estresse pós-traumático tem cura!

O tratamento para essa condição costuma ser uma mistura de psicoterapia e psiquiatria, dependendo da necessidade de cada paciente.

É importante para a pessoa com TEPT aprender a lidar com o estresse e a ansiedade proveniente dos acontecimentos do dia a dia, os quais intensificam os sintomas da condição.

Logo, as técnicas de controle do estresse são extremamente necessárias, como meditação, yoga e exercícios de respiração profunda.

A terapia de exposição é bastante utilizada para tratar o estresse pós-traumático.

Consiste na recriação de situações associadas ao trauma.

psicólogo pede ao paciente para imaginar o evento traumático com o objetivo de substituir os sentimentos negativos por positivos, estimulando o relaxamento e o domínio do medo.

Essa terapia desperta muita ansiedade nas primeiras sessões.

Muitas pessoas têm dificuldade para revisitar o trauma e possuem reações intensas ao ocorrido, como crises de choro ou ataques de pânico.

Por isso, é essencial que ela seja conduzida por um profissional experiente.

Como lidar com trauma e transtornos de estresse pós-traumático?

Ao identificar os sintomas dessa condição, seja em você ou em um ente querido, não hesite em procurar ajuda.

Dependendo do grau do estresse pós-traumático, pode ser necessário buscar ajuda de um psicólogo mais experiente para tratar traumas.

Além da ajuda de um profissional especializado, é interessante investir em outras práticas que podem potencializar o tratamento e até acelerar o processo de melhora.

Uma delas é a autorreflexão, que citamos neste artigo como uma ferramenta poderosa: ela vai ajudar o paciente a conhecer melhor a própria experiência e processar o trauma por meio da identificação de padrões e pensamentos negativos.

Ainda, praticar o autocuidado e priorizar a saúde mental por meio de técnicas como a meditação, o relaxamento e o mindfulness contribui para esse tratamento.

Evitar o isolamento, mantendo conexões sociais e conversando com amigos e familiares é indispensável nessa fase, uma vez que tal prática oferece apoio emocional e compreensão, que são fundamentais para uma boa recuperação.

Como ajudar uma pessoa com TEPT?

Se você tem um ente querido que está passando por uma situação de Transtorno de Estresse Pós-Traumático e deseja ajudá-lo, é fundamental entender que esse é um processo que requer apoio, compreensão e paciência.

O TEPT é uma condição complexa que pode afetar profundamente a vida de alguém, mas com o suporte adequado, é possível melhorar a qualidade de vida e ajudar na recuperação.

São formas de ajudar uma pessoa que está passando por esse processo:

  • oferecendo apoio emocional, buscando estar presente e ouvindo a pessoa afetada;
  • encorajando a pessoa a buscar apoio profissional, além de acompanhar as consultas;
  • educando-se sobre o transtorno, conhecendo seus sintomas e tratamentos disponíveis;
  • criando um ambiente seguro para conversas, bem como uma comunicação aberta e que também respeite os limites da pessoa.

Ainda, é importante incentivar o autocuidado, evitar julgamentos e atitudes que possam ser interpretadas como críticas.

Recomendações e mais informações sobre o TEPT

Quem tem TEPT pode adotar alguns hábitos diários para conviver melhor com a condição.

Qualquer pessoa que tenha o diagnóstico de uma condição de saúde mental precisa inserir certas atitudes na sua vida para lidar bem com os sintomas dela.

É preciso desenvolver essa consciência para ter de bem-estar emocional no cotidiano.

Às vezes, o ressentimento por ser “diferente” toma conta, impedindo que a pessoa leve uma vida saudável por acreditar ser muito diferente das outras ou se recusar a aceitar que precisa tomar atitudes “adicionais” para ser funcional.

Esse tipo de pensamento contribui para o agravamento de doenças.

Trata-se de uma negação perante de uma realidade indesejável.

A melhor escolha é sempre procurar ajuda.

Dessa maneira, é possível tratar questões delicadas, como baixa autoestima e dificuldade de aceitação da condição de saúde mental, como também sintomas que reduzem o aproveitamento de momentos bons. 

Um trauma se forma quando uma pessoa não tem condições de responder ao nível de estresse desencadeado por uma situação.

Como a capacidade de manejar o estresse muda conforme a sensibilidade aos fatores estressores que cada um possui, mesmo situações consideradas traumáticas podem não gerar tanto sofrimento para alguns indivíduos.

Logo, a formação de um trauma é algo muito pessoal.

Conclusão

Lidar com trauma e o TEPT é uma jornada desafiadora, mas com as estratégias certas, é possível recuperar a saúde mental e emocional. 

Procure ajuda profissional, desenvolva um sistema de apoio e pratique o autocuidado regularmente. 

Lembre-se de que a recuperação é possível, e cada passo na direção certa é uma vitória em si mesmo! Com tempo, esforço e resiliência, é possível superar os efeitos do trauma e construir um futuro mais saudável e equilibrado.

Fonte: texto retirado do blog Psitto
Link: https://www.psitto.com.br/blog/tept/

Fonte: Flowing