É provável que você já tenha visto essa sigla em algum lugar, mas você sabe o que é TEPT e o seu significado?
O Transtorno de estresse Pós-Traumático é uma condição de saúde mental que atua como uma resposta a experiências traumáticas, a qual pode aparecer logo após o trauma ou meses depois.
Ainda, esse quadro pode ser muito debilitante, causando um impacto profundo na saúde mental e no bem-estar emocional das pessoas que são afetadas pelo quadro.
O Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) requer tratamento psicoterapêutico não apenas para os sintomas da condição, como também para processar e aprender a viver com o evento traumático.
Trata-se de um processo de aceitação que requer muita desconstrução e apoio emocional de entes queridos, além do psicólogo.
Como identificar sinais de TEPT e de que forma ajudar pessoas próximas que estão passando por essa difícil situação?
Frequentemente abreviado como TEPT, o Transtorno de Estresse Pós-Traumático é definido como uma condição psicológica que afeta pessoas que foram expostas a eventos traumáticos, em qualquer nível e de qualquer natureza.
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Estresse Pós-Traumático, ou DSM-V, ele faz parte do grupo de transtornos relacionados aos traumas e estresse; ou seja, o critério definidor é a exposição a um evento traumático ou muito estressante.
Esses eventos que geram algum tipo de trauma podem incluir experiências como:
O TEPT pode afetar qualquer pessoa, independentemente de sua idade, gênero ou histórico de vida.
Uma pessoa com TEPT apresenta uma série de sintomas cuja intensidade e frequência pode variar, isso porque o sofrimento psicológico subsequente ao trauma não é o mesmo para todo mundo — cada indivíduo reage de uma forma.
Veja os principais sintomas abaixo.
Os sintomas de intrusão são caracterizados por memórias involuntárias do evento traumático.
Assim, a lembrança do trauma subitamente retorna à mente do indivíduo, causando ansiedade, pânico e preocupação em sofrer o mesmo tanto que sofreu na situação traumática.
Pesadelos recorrentes sobre o acontecimento, pensamentos intrusivos e flashbacks também fazem parte desse grupo de sintomas.
Em alguns casos, o indivíduo com TEPT pode perder completamente a consciência do ambiente onde se encontra por estar dominado pelas memórias do ocorrido.
Para não sofrer, o indivíduo evita pensamentos, sentimentos ou memórias associadas ao evento traumático.
Em outras palavras, reduz o contato com gatilhos.
Os fatores mencionados anteriormente não precisam ser exatamente iguais aos do momento do trauma, mas, sim, despertar a lembrança ou sentimentos semelhantes ao vividos naquele momento.
O comportamento de esquiva envolve também evitar atividades, lugares, pessoas e conversas que possam desencadear as memórias do trauma.
Em casos graves, o indivíduo traumatizado prefere passar a maior parte do seu tempo em casa, possuindo maior suscetibilidade a desenvolver o medo de frequentar ambientes públicos ou movimentados.
A pessoa que passou por um trauma pode desenvolver hipervigilância, um estado de alerta que a deixa extremamente sensível ao que acontece no ambiente.
Logo, tem reações exageradas a sons altos, sobressaltando-se com mais frequência, e a conversas e atitudes, podendo até ficar um pouco paranoico.
O estado de alerta provoca muita exaustão, uma vez que os sentidos da pessoa ficam ultrassensíveis.
Assim, ela pode passar o dia irritada, cansada ou ansiosa e somente conseguir relaxar quando está em casa em um cômodo considerado seguro por ela.
A alteração do humor é outro sintoma comum do TEPT. A pessoa com essa condição passa a ser acompanhada por um estado emocional perpetuamente negativo.
Sendo assim, ela está quase sempre de mau humor, inquieta, com raiva ou triste.
É igualmente comum sentir vergonha tanto do evento traumático, como se passar por ele a transformasse em uma pessoa fraca, quanto aos seus comportamentos reativos.
A perda de memória de partes significativas do acontecimento, também chamada de amnésia dissociativa, é um sintoma que pode ser um obstáculo durante o tratamento.
Para conseguir se lembrar de tudo o que aconteceu, a pessoa traumatizada precisa reviver os sentimentos e sensações provocadas pelo trauma.
Embora seja um processo doloroso, é necessário para superar o acontecimento marcante.
Outros sintomas do TEPT são, ainda:
O Transtorno de Estresse Pós-Traumático tem explicações variadas para a sua causa verdadeira, inclusive sendo diferente para cada pessoa — um dos fatores que tornam esse quadro clínico tão complexo, exigindo muita atenção no desenrolar de um tratamento.
Quando observamos de uma perspectiva geral, um evento traumático é a causa do TEPT; entretanto, são considerados gatilhos comuns para o desenvolvimento desse transtorno:
Muitos indivíduos questionam se é possível prevenir o TEPT e essa é uma pergunta difícil de responder, principalmente porque as pessoas possuem níveis distintos de sensibilidade ao estresse, como mencionamos anteriormente.
Dois indivíduos podem passar pelo mesmo trauma e ter reações diferentes.
Enquanto um consegue administrar o estresse de modo excelente, o outro pode experimentar muito sofrimento psicológico.
À sensibilidade às emoções negativos, atribui-se o nome de neuroticismo, um dos cinco traços de personalidade da teoria dos traços psicológicos, desenvolvida na época de 80.
Esse traço corresponde a uma facilidade de experimentar emoções de caráter negativo, como inveja, estresse, raiva, ansiedade, tristeza e culpa.
O diagnóstico de estresse pós-traumático é diagnosticado mediante a avaliação psicológica do psicólogo ou do médico psiquiatra.
Para isso, são investigados os sintomas considerados critérios para o diagnóstico do TEPT.
Caso a pessoa consiga falar sobre o trauma sem grande resistência já na primeira consulta, ela é encorajada a discorrer, de modo breve, sobre ele.
No caso de crianças, o relato dos pais ou responsáveis é essencial para determinar a severidade do diagnóstico.
Muitas pessoas que sofrem traumas, principalmente nos primeiros anos de vida, reprimem a memória do evento traumático.Agende agora sua terapia online com um psicólogo
Esta é uma forma do cérebro de proteger a pessoa do sofrimento, mas a memória do acontecimento fica no inconsciente dela e os efeitos negativos provocados por ela são refletidos no comportamento.
Nesses casos, é comum a pessoa com TEPT procurar o psicólogo por acreditar ter depressão ou ansiedade e receber o diagnóstico de estresse pós-traumático.
Independentemente da causa dessa condição clínica do paciente, a melhor forma de direcionar um diagnóstico assertivo é por meio de uma avaliação cautelosa de um psicólogo especialista, podendo também ser um papel desempenhado por um terapeuta.
Para ajudar alguém a buscar um tratamento assertivo ao sofrer desse quadro ou, ainda, identificar potenciais sintomas em si mesmo, é fundamental saber quais são os indícios de que o paciente pode estar dentro de um quadro de TEPT.
Citamos ao longo deste artigo os principais sintomas que acometem pessoas que estão sofrendo deste transtorno; ainda, vamos destacar abaixo como identificar atitudes comuns em pacientes, confira:
Ainda, os comportamentos e reações mais comuns em pessoas passando por essa situação são fortemente influenciados por fatores externos, como a gravidade do trauma em questão, suporte social disponível, bem como as estratégias de enfrentamento desenvolvidas ao longo do tempo de convivência com o trauma.
Os sintomas do estresse pós-traumático agudo podem durar de um a três meses após o trauma.
Quando ele é crônico, eles perduram por mais de três meses e podem acompanhar a pessoa por vários anos.
Os primeiros sintomas podem aparecer até seis meses depois do evento traumático.
É importante destacar que o TEPT não é considerado uma condição de curto prazo, e que não segue um padrão de duração, variando muito de um paciente para outro, bem como os diversos fatores externos que contribuem para esse quadro.
O transtorno de estresse pós-traumático tem cura!
O tratamento para essa condição costuma ser uma mistura de psicoterapia e psiquiatria, dependendo da necessidade de cada paciente.
É importante para a pessoa com TEPT aprender a lidar com o estresse e a ansiedade proveniente dos acontecimentos do dia a dia, os quais intensificam os sintomas da condição.
Logo, as técnicas de controle do estresse são extremamente necessárias, como meditação, yoga e exercícios de respiração profunda.
A terapia de exposição é bastante utilizada para tratar o estresse pós-traumático.
Consiste na recriação de situações associadas ao trauma.
O psicólogo pede ao paciente para imaginar o evento traumático com o objetivo de substituir os sentimentos negativos por positivos, estimulando o relaxamento e o domínio do medo.
Essa terapia desperta muita ansiedade nas primeiras sessões.
Muitas pessoas têm dificuldade para revisitar o trauma e possuem reações intensas ao ocorrido, como crises de choro ou ataques de pânico.
Por isso, é essencial que ela seja conduzida por um profissional experiente.
Ao identificar os sintomas dessa condição, seja em você ou em um ente querido, não hesite em procurar ajuda.
Dependendo do grau do estresse pós-traumático, pode ser necessário buscar ajuda de um psicólogo mais experiente para tratar traumas.
Além da ajuda de um profissional especializado, é interessante investir em outras práticas que podem potencializar o tratamento e até acelerar o processo de melhora.
Uma delas é a autorreflexão, que citamos neste artigo como uma ferramenta poderosa: ela vai ajudar o paciente a conhecer melhor a própria experiência e processar o trauma por meio da identificação de padrões e pensamentos negativos.
Ainda, praticar o autocuidado e priorizar a saúde mental por meio de técnicas como a meditação, o relaxamento e o mindfulness contribui para esse tratamento.
Evitar o isolamento, mantendo conexões sociais e conversando com amigos e familiares é indispensável nessa fase, uma vez que tal prática oferece apoio emocional e compreensão, que são fundamentais para uma boa recuperação.
Se você tem um ente querido que está passando por uma situação de Transtorno de Estresse Pós-Traumático e deseja ajudá-lo, é fundamental entender que esse é um processo que requer apoio, compreensão e paciência.
O TEPT é uma condição complexa que pode afetar profundamente a vida de alguém, mas com o suporte adequado, é possível melhorar a qualidade de vida e ajudar na recuperação.
São formas de ajudar uma pessoa que está passando por esse processo:
Ainda, é importante incentivar o autocuidado, evitar julgamentos e atitudes que possam ser interpretadas como críticas.
Quem tem TEPT pode adotar alguns hábitos diários para conviver melhor com a condição.
Qualquer pessoa que tenha o diagnóstico de uma condição de saúde mental precisa inserir certas atitudes na sua vida para lidar bem com os sintomas dela.
É preciso desenvolver essa consciência para ter de bem-estar emocional no cotidiano.
Às vezes, o ressentimento por ser “diferente” toma conta, impedindo que a pessoa leve uma vida saudável por acreditar ser muito diferente das outras ou se recusar a aceitar que precisa tomar atitudes “adicionais” para ser funcional.
Esse tipo de pensamento contribui para o agravamento de doenças.
Trata-se de uma negação perante de uma realidade indesejável.
A melhor escolha é sempre procurar ajuda.
Dessa maneira, é possível tratar questões delicadas, como baixa autoestima e dificuldade de aceitação da condição de saúde mental, como também sintomas que reduzem o aproveitamento de momentos bons.
Um trauma se forma quando uma pessoa não tem condições de responder ao nível de estresse desencadeado por uma situação.
Como a capacidade de manejar o estresse muda conforme a sensibilidade aos fatores estressores que cada um possui, mesmo situações consideradas traumáticas podem não gerar tanto sofrimento para alguns indivíduos.
Logo, a formação de um trauma é algo muito pessoal.
Lidar com trauma e o TEPT é uma jornada desafiadora, mas com as estratégias certas, é possível recuperar a saúde mental e emocional.
Procure ajuda profissional, desenvolva um sistema de apoio e pratique o autocuidado regularmente.
Lembre-se de que a recuperação é possível, e cada passo na direção certa é uma vitória em si mesmo! Com tempo, esforço e resiliência, é possível superar os efeitos do trauma e construir um futuro mais saudável e equilibrado.
Fonte: texto retirado do blog Psitto
Link: https://www.psitto.com.br/blog/tept/