• 4 dezembro, 2023

O medo do novo atrapalha você? Aprenda a driblar esse sentimento

Imagine que você está insatisfeito com o seu trabalho, onde nada mais lhe brilha os olhos, e, de repente, surge uma oportunidade irrecusável de mudar de emprego. Contudo, é para fazer algo que você nunca fez na vida, um verdadeiro desafio.

Como você se sentiria? Desafiado, com medo desse novo passo ou os dois ao mesmo tempo? Embora, a meu ver, a situação seja extremamente positiva para a pessoa em questão, é provável que ela tenha as duas sensações simultaneamente.

No entanto, já parou para pensar por que será que sentimos medo do que é novo? Neste texto, vou explicar o porquê e mostrar como driblar esse sentimento que, caso não seja dosado, pode afastá-lo dos seus objetivos.

Medo do novo: o que é?

Podemos definir o medo como sendo uma emoção básica. Segundo a psicóloga Miriam Rodrigues, o medo, em sua forma mais extremaaparece como temor/pânico. Já as formas brandas do medo são a preocupação, angústia e apreensão.

O medo está na base do nosso funcionamento psíquico. Por isso crianças pequenas já conseguem identificá-lo. O que é novo gera medo mesmo. E, por mais que pareça estranho, isso pode até ser bom.

É provável que você esteja se perguntando como ter medo pode ser positivo. Bom, a Psicologia acredita que o medo nos protege e nos impõe certos limites. Isto é, uma espécie de alarme natural para defender a nossa vida.

Só para exemplificar: sua liderança pede que você preencha uma planilha com os valores atingidos pela área ao longo de um determinado tempo. Certamente, o medo de fazer algo errado vai deixá-lo em estado de alerta e muito mais cuidadoso.

Contudo, nesse caso, o medo é um instrumento impulsionador e precisa estar em equilíbrio com a autoconfiança individual. Caso contrário, deixa de ser saudável. Até porque tudo em excesso é prejudicial.

De onde vem o seu medo?

O medo vem do fato de não saber o que está por vir. Sempre achamos que será algo ruim justamente porque somos levados a procurar por situações mais confortáveis, que nos levam à acomodação.

Esse processo, de sentir medo do novo, pode existir com um emprego novo, com a perda do seu emprego atual, mudança de residência para outro endereço ou até mesmo para outro país, fim de relacionamento, etc..

Isso porque, como acabei de falar, essas situações nos fazem sair da zona de conforto e o cérebro tende a direcionar os nossos pensamentos para coisas negativas. Por esse motivo, precisamos reconfigurá-lo com pensamentos positivos gerados por uma nova percepção ou com uma perspectiva positiva :).

Por que sentimos medo?

O medo do desconhecido é normal e sentir aquele friozinho na barriga todo mundo sente. Ainda assim, ao olharmos positivamente para essa emoção, podemos dizer que ela nos protege na medida em que coloca limites. É uma configuração natural do cérebro.

E o medo em excesso?

Entretanto, o medo exagerado pode ser prejudicial justamente porque impõe certos limites. Ter medo demais, principalmente do que está por vir, pode forçá-lo a ficar na zona de conforto, pode bloquear o seu potencial criativo, pode impedi-lo de expor suas ideias e crescer.

E por que sentimos isso? Além de ser natural, uma outra resposta é que o medo está inserido imperceptivelmente na forma com que fomos criados, na cultura da segurança. Desde crianças, aprendemos que o que é seguro é o conhecido (o que não deixa de ser verdade), porém também nos levar a fazer mais do mesmo, caso não enfrentemos essa situação.

Além do mais, quando estamos na nossa zona de conforto, nosso corpo e mente estão em uma espécie de equilíbrio. Dessa forma, quando damos de cara com um desafio, nosso corpo sai do seu “status quo” e aí o corpo manda um sinal: o medo.

Quais consequências que o medo pode trazer?

De fato, tanto a ausência quanto o excesso de medo podem trazer danos ao indivíduo.

Provavelmente, a ausência dele nos levaria à extinção e ao caos total. Já em exagero, o medo não só gera sentimentos de frustração, ansiedade, angústia e estresse, como também potencializa o desenvolvimento de doenças, como por exemplo burnout, síndrome do pânico e depressão.

Por que devo me abrir para o novo?

Primeiramente porque os seres humanos são totalmente flexíveis e adaptáveis. Eu sei que sair da zona de conforto é difícil em um primeiro momento, mas pode ter certeza de que você consegue lidar com isso. Todos nós conseguimos nos adaptar aos mais diversos tipos de situação.

Mesmo assim, vou lhe dar outro motivo, que acredito ser o melhor de todos para você se abrir para o novo: a liberdade. Libertar-se das amarras do medo traz um mundo de possibilidades. Você pode tudo o que quiser. Não é maravilhoso?

Como enfrentar o medo do desconhecido

No mundo ideal, todas as crianças deveriam ter uma educação voltada à consciência dos seus pensamentos e emoções. Assim, aprenderíamos desde cedo a lidar com quaisquer tipos de emoções, boas ou ruins.

A Educação Positiva traz esse modelo, que mostra que devemos ensinar as qualidades humanas, bem como a prática de viver emoções positivas. Entretanto, isso ainda é muito novo no Brasil e pouquíssimas escolas incorporaram esse modelo à sua grade curricular até o momento.

Como, infelizmente, essa não é a realidade da maioria das pessoas, preparei algumas dicas que, sem dúvida, podem ajudar você:

  • Com toda a certeza, é possível administrar o medo construindo pensamentos e emoções positivas. Apenas pense: se não der certo, nada o impede de voltar atrás.
  • Use o medo a seu favor. Pode parecer loucura, mas use-o como um impulso. Lembre-se de algum momento da vida em que precisou ser mais forte do que seus pensamentos e suas emoções. Pense em todas as dificuldades pelas quais já passou a fim de usar essa energia a seu favor.
  • Viva o momento. Pense apenas no agora. Afinal, o medo vem acompanhado pelo receio do que está por vir, de modo que, quando pensamos no momento presente, a chance dele permanecer diminui bastante.
  • Pratique ações positivas, como conversar com um amigo, olhar para si mesmo e realizar uma autoavaliação para entender o que o aflige por exemplo. Para superar os seus medos, é preciso, antes de mais nada, saber quais são e relacionar-se com eles.
Conclusão

Por fim, caso você precise de ajuda, saiba que o coaching trabalha essa emoção, ajudando a mudança de comportamento e ponto de vista.

Inclusive, no vídeo acima, Fred Elboni fala uma frase que é quase meu mantra e eu com muito respeito ao momento do coachee, repito SEMPRE nas sessões: “vai com medo mesmo, mas vai!”.

Além disso, lembre-se sempre que existem outras coisas mais importantes que tornam o medo secundário e pensar nelas ajuda bastante. A vida, como um todo, é muito maior do que qualquer insegurança.

Acredite que a mudança é sempre algo bom. Afinal, ela é essencial para o desenvolvimento humano.

Forte abraço e até o próximo post!

Fonte: Texto retirado do Blog Calanchoe
Link: https://www.calanchoe.com/medo-do-novo-que-e/

Fonte: Flowing