• 4 fevereiro, 2019

“Nós, pais, não somos perfeitos”

Nós, pais, não somos perfeitos. Muito pelo contrário. Às vezes, perdemos as estribeiras.

Às vezes, nos irritamos, gritamos com nossos filhos, os criticamos cruelmente, os insultamos, os humilhamos (sim, insultamos e humilhamos ao dizer: “Que feia você fica quando chora”, “Olha o que você fez! É bobo ou o quê?”). Às vezes, inclusive, batemos neles ou os ameaçamos, dizendo que não terão mais nosso carinho ou nosso amor.

Devemos procurar, é claro, não agir dessa maneira. Meu pai me dizia: “Antes de falar uma besteira, conte até dez e, então, não diga”. Devemos nos esforçar para não fazer, nem dizer certas coisas; mas, em algumas ocasiões, diremos e faremos besteiras, porque não somos perfeitos.

Não é o fim do mundo. Nossos filhos nos amam muitíssimo e nos perdoam por quase tudo. Nossos erros podem até ter algumas consequên­cias positivas:

1. Nossos filhos veem que não somos perfeitos. Pensando bem, deve ser muito difícil ter pais perfeitos, estar rodeado de gente perfeita, achar que você é o único no mundo que faz algo errado. Nossos filhos cometem erros (muitos, já que são imaturos e inexperientes) e notar que seus pais também se enganam os ajuda a ver que eles não são monstros.

2. Podemos mostrar a eles, com nossa conduta, como deve se comportar alguém que errou, que insultou ou tratou mal ao outro, porque eles também perdem as estribeiras e brigam com seus irmãos e com seus amigos, também compreendem que agiram mal e se envergonham. Eles gostariam de se desculpar e não sabem como. Nós podemos ensiná-­los a se explicar e a pedir desculpas. Uma reflexão sobre a arte quase esquecida de pedir perdão: não se trata de voltar um pouco atrás para depois atacar com mais força ainda. “Desculpe-me por ter gritado, mas é que você me deixou nervoso ao se comportar mal” não é se desculpar. A frase correta é “Desculpe, eu não deveria ter gritado com você, errei, me perdoe”. O perdão se pede com humildade e sem condições; a outra pessoa não é obrigada a nos perdoar, nem a pedir desculpas também, nem a corrigir o comportamento que nos causou irritação.

3. Reconhecer nossos erros deve servir para sermos mais compreensivos com os erros dos outros. Mesmo aos 30 anos, se minha maturidade, educação e experiência ainda são capazes de me tirar do sério, de gritar com meu próprio filho, de fazer algo que havia dito que nunca faria, como posso me surpreender porque meu filho também comete erros?

 

FONTE: BLOG REVISTA CRESCER – Por Dr. Pedro Gonzalez

 

Fonte: Flowing