Temos muita coisa para fazer, não tem jeito. E talvez o pior não seja o fato de termos tudo isso, mas sim o fato de lidarmos tão mal com a nossa rotina e com a finitude da nossa capacidade. Não me parece que a solução seja sempre a de nos esquivarmos das tarefas (embora às vezes seja necessário). O que me parece necessário é pararmos de sentir tanta culpa. Não somos máquinas e nunca funcionaremos com perfeição.

Precisamos parar de nos comparar com a amiga que posta foto na academia às 6 da manhã. Com o primo que milagrosamente consegue ser o filho perfeito. Com a vizinha que tem uma casa impecável. Com o colega que nunca sai da linha na alimentação. Com aquele casal de pais que parece nunca errar. Com a amiga está sempre vestida como capa de revista.

Acho que a gente só precisa tentar ser a nossa melhor versão. E a nossa melhor versão não vive nesses picos de stress, nem com essa angústia instalada. Temos que ser mais compreensivos com as nossas pequenas grandes falhas. Deveríamos reservar a caixa alta para tudo o que foi feito e não para o que ficou faltando. Porque não parece justo que sejamos justamente nós aqueles que são mais cruéis e mais duros conosco.

FONTE: Blog Estadão – por Ruth Manus