• 28 julho, 2018

Frutas cítricas: os verdadeiros (e novos) benefícios de laranja, limão…

Esses frutos despontam agora como protetores do cérebro e verdadeiros amigos do peito – conheça todas as vantagens dessa turma

Já reparou na constituição de uma fruta cítrica, como laranja e limão? Cada gomo guarda inúmeras bolsinhas repletas de líquido e envolvidas por membranas resistentes. Ao redor delas, um entremeado branco e fibroso ajuda a dar sustentação. E, por cima, há a casca lustrosa que armazena óleos essenciais, os responsáveis pelo aroma inconfundível. Em todos os cantos dessa estrutura, reside uma porção de substâncias benéficas. E não pense que falamos só da vitamina C.

A família dos cítricos esbanja minerais como o potássio e o magnésio, oferece ácido fólico e outras vitaminas do complexo B, entrega fibras e, pra completar, fornece compostos badalados pela ciência, caso dos carotenoides e dos flavonoides. Neste último, inclusive, cabe destacar a classe das chamadas flavononas e, dentro dela, a dupla hesperidina e naringenina. Um combo e tanto.

Assim, fica fácil entender por que cientistas de várias partes do planeta decidiram se reunir para falar só desses alimentos. O 1º Simpósio Internacional de Compostos Bioativos de Citrus e Benefícios à Saúde ocorreu em março, na capital paulista, e colocou limão, tangerina, lima e grapefruit na roda de debates. Mas a laranja roubou a cena. Muito querida em nosso país, a fruta seria a responsável por um terço do consumo diário dos tais flavonoides pelos brasileiros.

Uma das novidades é que garantir essas substâncias, em especial as flavononas, nos protegeria contra o declínio cognitivo. “No simpósio, foram citados estudos sobre a ação delas no cérebro”, conta a farmacêutica-bioquímica Neuza Hassimotto, professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) e uma das organizadoras do evento.

Aos sortudos que têm um pomar à disposição, o melhor é chupar o fruto direto do pé. Para quem não conta com a facilidade, vale encher a fruteira com essas espécies. Além dos deliciosos aromas que invadirão sua casa, o organismo sairá ganhando. Para a cabeça, as evidências são de fato animadoras.

Um dos estudos mais recentes sobre a função dos cítricos em prol da cuca foi publicado no periódico científico British Journal of Nutrition. Realizado com mais de 13 mil japoneses adultos, ele mostra que aqueles que ingerem esses frutos de três a cinco vezes por semana apresentam menor risco de desenvolver demências. Segundo a epidemiologista e autora do trabalho Shu Zhang, da Universidade Tohoku, no Japão, a ideia de investigar a relação surgiu porque esse grupo de alimentos é consumido em todo o mundo.

Mas a motivação vai além da popularidade, claro. “Pesquisas têm demonstrado que os flavonoides dessas frutas têm atividade antioxidante e anti-inflamatória”, afirma. Mas com uma grande vantagem: as tais moléculas conseguem a proeza de atravessar a chamada barreira hematoencefálica. Isso significa que conseguem chegar e atuar diretamente no cérebro, inibindo danos associados aos radicais livres, por exemplo. Turbinar a comunicação entre os neurônios também está em seu rol de atuação.

FONTE: Saúde Abril – por Regina Célia Pereira

Fonte: Flowing