• 6 janeiro, 2021

Estado da Arte

A aplicação mais promissora da neurociência está justamente na investigação de tipos psicológicos e como os diferentes tipos devem ser estimulados para atingirem o máximo do seu potencial.

Há um ano e meio, inaugurei esta coluna mensal propondo a inserção da neurociência no ambiente corporativo. De lá para cá, procurei mostrar mensalmente como o pensamento neurocientífico podia auxiliar a gestão de pessoas e as práticas de desenvolvimento humano dentro das empresas. Também estive em diferentes eventos palestrando sobre essa inserção e quero fazer um balanço sobre como tenho visto as aplicações nessa área, quais são os desafios a serem enfrentados e como tenho concretizado as ideias que veiculo por aqui.

Primeiro, uma impressão ruim: vários gestores e consultores de RH dizem que as palestras e textos sobre neurociência e desenvolvimento humano a que tiveram acesso não parecem conter reais novidades. Na verdade, a impressão que dividiram comigo é que ainda não há aplicações reais que diferenciem a neurociência de outras práticas já consagradas, como a programação neurolinguística, hipnose ou até mesmo a psicologia positiva. Um importante consultor me confidenciou que já não tem mais interesse na neurociência porque quase sempre as palestras versam sobre tomada de decisão e abordam como o cérebro usa o conteúdo emocional como subsídio para esse processo. Depois de me ouvir, disse que eu tinha aberto uma nova possibilidade. Para quem costuma ler meus textos aqui, não é novidade que avanço sobre muitas searas do comportamento humano e proponho várias interfaces de discussão distintas dessa, apesar de também falar de como o estudo das emoções é necessário e de que forma ele pode potencializar o desenvolvimento de lideranças e times de alta performance.

Agora uma proposta: no meu entendimento, a aplicação mais promissora da neurociência está justamente na investigação de tipos psicológicos e como os diferentes tipos devem ser estimulados para atingirem o máximo do seu potencial. Em especial, estou trabalhando na construção de uma interface entre as tipologias psicológicas consagradas como eneagrama, MBTI e DISC e o entendimento do funcionamento cerebral que é predominante em cada um desses tipos. A partir dessa investigação, pretendo desenvolver metodologias com resultados muito mais expressivos para o desenvolvimento do potencial humano e organizacional.

E por último, uma novidade: a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo autorizou a abertura da primeira turma de especialização em Neurociência e o Futuro Sustentado de Pessoas e Organizações. Sob minha coordenação, um corpo docente incrível composto por acadêmicos da neurociência e profissionais de gestão e desenvolvimento humano está junto para enfrentar o desafio de fornecer uma formação em neurociência que permita que os conhecimentos sobre a ciência do cérebro possam ser realmente aplicados na sua potencialidade máxima no ambiente corporativo. Esse curso vem preencher a lacuna que o mercado já sentiu que existe na formação dos profissionais que estão procurando levar a neurociência para o cotidiano das empresas. Esse é o estado da arte da neurociência nas corporações: uma esperança de mudança real e tangível compatível com os desafios do século XXI. Quem viver verá!

FONTE: Ilumni Blog

Fonte: Flowing