• 21 janeiro, 2020

Dormir mal pode nos predispor ao Alzheimer?

Novos estudos apontam uma relação entre a insônia e o desenvolvimento da doença


É certo que dormir mal nos causa alguns prejuízos no dia seguinte, como cansaço e falta de concentração. Mas alguns estudos revelam que as noites sem dormir podem estar ligadas ao desenvolvimento de Alzheimer, informa um artigo do El País.

O estudo mais recente, realizado pela Fundação Pasqual Maragall, especializada em Alzheimer, encontrou mudanças na estrutura cerebral de quem tem insônia, apontando uma ligação com o desenvolvimento da doença. Antes disso, outra pesquisa já apontava que o risco de desenvolver a doença era mais elevado em idosos insones.

Não pregar os olhos à noite prejudica o cérebro até mesmo de quem é jovem
Não pregar os olhos à noite prejudica o cérebro até mesmo de quem é jovem

A pesquisa da Fundação Pasqual Maragall mostrou que as pessoas com problemas de sono tinham um volume menor de regiões cerebrais que atuam na memória e no desempenho do cérebro. “É nessas áreas que se acumulam os danos neurológicos nos estágios iniciais da doença de Alzheimer. Pode ser que estejam acumulando danos”, explica Oriol Grau, um dos autores do estudo.

Outro achado foram as mudanças na massa branca do cérebro, onde estão os “fios” dos neurônios que os conectam uns aos outros. “Uma perturbação nessa substância pode afetar a cognição”, explica Grau. Os pesquisadores também descobriram que a insônia é potencializada em quem tem uma variante genética que aumenta o risco de desenvolver Alzheimer.

Outra pesquisa, realizada na Suécia, descobriu que homens jovens saudáveis submetidos a uma noite sem dormir tinham níveis 17% mais altos da proteína tau (um biomarcador da doença de Alzheimer) no sangue –quem dormiu normalmente teve uma elevação de 2%.

“A insônia é um fator de risco. Não causa, por si só, a doença de Alzheimer, mas aumenta o risco de demência. Mas os mecanismos não são claros. O que sabemos é que durante a noite o cérebro aproveita para eliminar as proteínas residuais”, avalia Albert Lleó, diretor da Unidade de Memória do Serviço de Neurologia do Hospital Sant Pau, em Barcelona. “Para que essas alterações sejam relevantes, os distúrbios do sono têm que durar muitos anos e também deve ser considerada a sua intensidade.”

FONTE: Viva a Longevidade

Fonte: Flowing