• 8 setembro, 2022

Como ser um consumidor consciente?

Se tornar um consumidor consciente não é algo que vai acontecer do dia para noite, já vou adiantando. E tudo bem. Pode ser realmente que levemos algum tempo para desconstruir hábitos que se cristalizaram por décadas. No entanto, isso não significa que essa transformação seja impossível.

Portanto, vou propor um caminho para contornar os desafios dessa tarefa: vamos entender melhor o que significa ser um praticante do consumo consciente, quais são os benefícios disso (para o seu bolso e para o planeta) e quais são as melhores formas de pôr tudo isso em prática na sua rotina, começando com medidas simples.

O que é consumo consciente?

Você tem as características de um consumidor consciente? Como semear a cultura da poupança em sua casa, em meio a uma sociedade que mensura o tamanho de cada um pelas suas posses? Ou ainda ter uma dimensão exata de como cada ação de consumo afeta a sociedade e o meio ambiente. Eu confesso que demorei para entender.

Ao longo das últimas décadas, o desenvolvimento da tecnologia ampliou exponencialmente a produção no planeta, impondo às indústrias um enorme esforço para escoar toda essa mercadoria a um mercado consumidor finito e com recursos limitados. Nesse contexto, o marketing ganhou grande destaque, mais ou menos como uma “ciência da criação artificial das necessidades”.

Dentro desse cenário, o ato de consumir foi se tornando uma das atividades mais relevantes na criação da identidade social de cada um. É no consumo que as pessoas se reconhecem; são os hábitos de compra que reúnem os indivíduos em seus grupos sociais. De repente, viramos uma sociedade “que é pelo que tem”, na qual os indivíduos passaram a ser julgadas pelas suas posses.

Some a essa influência cultural as facilidades do crédito e o aumento da renda das famílias. Então, você terá a fórmula ideal para uma tragédia nacional. Essa fórmula ajuda a explicar por que temos hoje quase 70% dos brasileiros endividados.

Você acreditaria se eu dissesse que mais de 7 em cada 10 brasileiros não conseguem guardar algum dinheiro? Esse contexto nos faz questionar se os outros 3 trabalham para viver ou vivem para trabalhar. Isso não é consumo consciente.

Mas o que é consumo consciente, afinal? É quando o consumidor leva em conta, durante a decisão de compra, o equilíbrio entre a satisfação pessoal e suas limitações financeiras. O comprador que analisa os impactos ambientais e sociais de sua aquisição, utilizando-a de forma racional e sustentável, é capaz de evitar excessos e endividamentos.

Esse indivíduo adquire apenas o necessário à sua vida, não se submete ao discurso do mercado publicitário e reflete sobre as consequências da aquisição antes de efetivá-la. Além disso, foge do desperdício e se preocupa em saber qual é a consequência que cada produto pode ter na sociedade como um todo.

Focado em questões como reaproveitamento, sustentabilidade e investimentos, esse consumidor tem facilidade para multiplicar seu patrimônio. Assim, gera um círculo de enriquecimento e consumo “livre” de dívidas, sem abrir mão das preocupações com o futuro do planeta.

Quais benefícios o consumo consciente pode trazer?

Agora você já sabe o que é consumo consciente, então, saiba também que existem inúmeras razões para se tornar um consumidor mais responsável. A primeira delas é que o Brasil tem uma das mais baixas taxas de poupança do planeta — e isso pode te afetar em muita coisa.

Essa cultura do “vamos gastar tudo hoje que amanhã é outro dia” tem consequências práticas. Tem alguma pista? Que tal falarmos de INSS? A falta de uma poupança ou reserva financeira constrói uma geração de idosos excessivamente dependentes do Estado.

Deixar de ser um consumidor consciente faz com que o seu futuro fique nas mãos de uma previdência pública que está em crise. Isso é tão seguro quanto estar em alto-mar no meio da madrugada, em uma tempestade violenta e a bordo de um barco a vela. Compreende onde quero chegar?

E se a aposentadoria pública deixar de existir no futuro? Quanto você tem aplicado para se sustentar? Pesquisas mostram que mais de 66% dos aposentados ganham apenas 1 salário mínimo. Se o INSS ainda existir daqui a 30 anos, conseguirá sobreviver com esse valor?

Então, voltemos ao nosso tema de consumo consciente. Quem passou a vida em uma relação saudável com o dinheiro poupou mais, multiplicou seu patrimônio e certamente chegará à terceira idade desfrutando, de fato, o que se chama de “melhor idade”.

Mas há ainda outras muitas vantagens de ser um consumidor consciente além de livrar-se da perigosa dependência do Estado — caso de quem separa desde cedo parte de seu orçamento para aplicar em planos de previdência privada. Conheça alguns benefícios:

• viver livre de dívidas;

• ter maiores possibilidades de enriquecer;

• estar permanentemente com disponibilidades financeiras para aproveitar oportunidades;

• poder usar parte de seu capital em momentos de emergência;

• ter o privilégio de ocupar menos tempo pensando em dinheiro e mais em sua família ou em outros assuntos que tragam felicidade;

• prover melhor qualidade de vida a quem você mais ama;

• estimular uma indústria que ajude a preservar o meio ambiente.

Qual é a importância do consumo consciente para a sociedade e para o meio ambiente?

O consumo consciente é um excelente aliado do seu bolso e do seu patrimônio financeiro. A boa notícia é que o meio ambiente e a sociedade podem usufruir dos benefícios da adoção de práticas conscientes, o que faz dessa atitude ainda mais valiosa, seja qual for o contexto. Para comprovar isso, confira alguns argumentos que reforçam essa importância.

Redução do impacto ambiental

Qualquer discussão sobre a relação entre consumo e meio ambiente deve partir do princípio de que o planeta não suporta o padrão médio de consumo dos mais de 7 bilhões de indivíduos que habitam nosso lar global.

Como referência para mensurar essa discrepância entre o que é consumido e a capacidade de prover novos recursos está o chamado Dia da Sobrecarga da Terra. Esse indicador tenta quantificar quanto tempo a humanidade leva para consumir a capacidade de produção de recursos e absorção de resíduos da Terra em um ano. Quanto mais rápido esse prazo, maior o impacto ambiental do nosso consumo.

Em 2020, o Dia de Sobrecarga da Terra aconteceu em 22 de agosto, ou seja, é como se tudo o que foi consumido depois dessa data fosse retirado de uma espécie de “cheque especial” do meio ambiente. Nesse ritmo, seria necessários 1,6 planetas para suprir todas as demandas de consumo dos humanos.

Além disso, o Dia da Sobrecarga levou 3 semanas a mais para acontecer em relação a 2019. Naquele ano, a data foi atingida no dia 31 de julho, o recorde desde que o levantamento começou a ser feito, há mais de 3 décadas. O motivo, porém, não é nada bom: a pandemia do novo coronavírus reduziu bruscamente a atividade econômica de quase todos os países, reduzindo o tamanho do impacto ambiente gerado.

Esses números apenas refletem o consumo excessivo que leva a uma busca constante por novas fontes de matéria-prima, a degradação de diversos ecossistemas, a maior emissão de gases que aceleram o aquecimento global e o crescimento do volume de resíduos descartados em locais inadequados. Logo, consumir de forma consciente é contribuir com um planeta mais saudável.

Exercício da cidadania

Assim como o consumo afeta nossa identidade, ele pode ser uma ferramenta importante de exercício da cidadania, expressando suas vontades e seus desejos como membro de uma sociedade.

Pense, por exemplo, que você pode sempre optar por produtos e marcas que tenham uma destacada atuação na conservação do meio ambiente, adotando ações para reduzir o impacto da sua produção sobre a natureza. Com isso, o mercado tende a se movimentar para atender a essas necessidades, o que é benéfico para todos.

Preservação do que é essencial para a vida

Como você deve estar cansado de saber, muitos dos recursos essenciais à vida (não apenas dos humanos, mas de todos os seres vivos do Planeta) são escassos, finitos e estão expostos à degradação gerada pelas nossas ações.

Basta pensar, por exemplo, na água e no ar que respiramos. Todo o lixo jogado em rios e mares compromete pouco a pouco a vida da fauna aquática do qual também dependemos para nos manter. O mesmo vale para a atmosfera, que tem a qualidade do ar prejudicada e o aquecimento global acelerado graças a todo o combustível fóssil queimado para podermos nos deslocar ou ainda gerar energia.

Afinal, você precisa efetuar essa compra neste momento?

Ok, você já viu o que é consumo consciente e quais são os seus impactos, mas entenda algo de uma vez por todas: comprar é um ímpeto totalmente emocional! O que acha que a indústria da propaganda faz na hora de anunciar um produto?

Ela mexe com a sua estrutura emocional, fazendo acreditar que precisa daquele produto ou serviço. Quer que você creia que se não tiver determinada mercadoria naquele momento estará em grande desvantagem em relação ao restante da humanidade.

E se você não é um consumidor consciente, isso automaticamente gera um desejo enorme de comprar por impulso. E quanto às suas condições financeiras? De que modo aquele novo produto vai impactar na produção de lixo?

Ah, isso não importa muito para suas conexões nervosas, que emitem comandos para liberação de serotonina (hormônio responsável pela sensação de prazer e bem-estar) sempre que você decide se dirigir ao caixa com aquela peça dos sonhos.

Nessa hora, você não está pensando que o rotativo do cartão de crédito acançou 298,6% ao ano, tampouco que os juros do cheque especial subiram para 322,2% em 2019. Falta razão e sobra o prazer instantâneo que aquela compra vai gerar nos primeiros dias de uso para, pouco tempo depois, ficar jogada em um canto qualquer da casa. Isso quando o produto não vira lixo em pouco tempo.

Isso é, claramente, um consumo inconsciente. A expectativa dura apenas algumas horas e não tarda a trazer arrependimento, frustração pelo descontrole e, é claro, uma situação financeira um pouco mais enrolada com os gastos desnecessários.

Você pode estar pensando que esse não é o seu caso, pois você é responsável por suas decisões de consumo e capaz de dar o rumo certo ao seu dinheiro. Mas a questão aqui é que isso acontece, na maioria das vezes, de forma inconsciente.

Vou lançar um desafio: pense em algo que você comprou e depois se arrependeu amargamente ou até que nunca tenha usado. Não é difícil concluir que não temos tanto controle assim, não é mesmo? Ser consumidor consciente exige uma mudança de paradigmas.

Bem, então preste atenção nessa dica: deu muita vontade de comprar algo? Aguarde por mais ou menos 7 dias e repense essa necessidade. Nada é tão raro assim que esteja a ponto de nunca ser produzido novamente na Terra.

Dessa forma, independentemente do que seja, é possível adiar sua compra. Acredite, na semana seguinte, seu produto estará na mesma posição na gôndola, por mais que o vendedor queira convencê-lo do contrário. Evitar comprar por impulso é um ato simples, mas dá um resultado fantástico!

Quem mais vai ganhar com essa compra?

Um dos pontos de maior importância no consumo consciente é se perguntar quem mais vai ganhar com a compra. Não estou falando que você precisa comprar um tênis que todos vão usar, mas sim que um consumidor consciente consegue colocar na balança os prós e contras de uma aquisição — do ponto de vista financeiro, emocional ou mesmo ambiental.

Você conhece alguém que tudo o que faz ou compra é pensando apenas em si mesmo? Logo que tive meu primeiro filho, há 19 anos, passei por uma situação que hoje é engraçada, mas, na época, me deixou com muita raiva!

Morávamos em um local em que só passava uma linha de ônibus, e eu sempre aguardava por mais de uma hora no ponto com um bebê no colo. Aquilo era cansativo e estressante.

A vida não estava fácil para nós, mas em certo momento foi dada ao meu marido a oportunidade ímpar de comprar um automóvel. Não dá para explicar a alegria que sentimos, pois, além de ser uma necessidade que tínhamos, as condições de pagamento se encaixavam em nossa programação financeira.

O pior vem agora: ele foi comprar o carro, mas com apenas 19 anos — e nenhum temor pela própria vida —, retornou com um sorriso no rosto e uma… moto.

Isso foi fruto da imaturidade (e até de egoísmo). O fato de ele pensar que a moto seria um transporte mais barato e rápido para o trabalho não o livrou da culpa de ter comprado um bem desse porte sem pensar na família. Esse é um belo exemplo de consumo inconsciente.

Consumo e consumismo são a mesma coisa?

Neste texto estamos falando de consumismo, não de consumo. Caso ainda não tenha ficado clara a diferença entre esses dois conceitos, fique tranquilo: eu explico!

O consumo é quando a ação de comprar está intimamente ligada à precisão, à falta ou à sobrevivência. O consumismo, por sua vez, está ligado ao “ter” como símbolo de poder. Há, portanto, uma clara distinção entre necessidade e vontade de comprar.

Quando conseguimos entender essa distinção fica muito mais fácil não cair em uma das milhões de tentações que normalmente nos rodeiam a cada dia. Por exemplo: compre 3 e leve 4. Ora, se você consome apenas 2 unidades desse produto por mês, por que levar 4?

“É porque eu vou deixar de comprar no mês que vem.” Não, isso é improvável. É natural que essa promoção se repita no mês seguinte e você torne a comprar 4 itens de algo que só consome a metade. Portanto, em 2 meses, ficará com 4 itens encalhados em sua casa — e alguns reais mais pobre.

Algumas vezes, você nem precisa do produto, mas a sensação de ganhar algo ou, mais do que isso, de estar em vantagem, acaba levando à decisão de adquirir uma coisa que, na verdade, nem precisa. Isso também é consumo inconsciente.

Como envolver a sua família?

Eu simplesmente amo falar sobre economia e família. E vou te dizer uma coisa: para alcançar o nirvana do consumidor consciente nunca, eu disse nunca, inicie qualquer planejamento financeiro para a família sem comunicar seus filhos, sobretudo se você tem adolescentes. Eles são presas fáceis do canto da sereia do consumo.

Há algum tempo, atendi uma executiva muito bem-sucedida em sua área, porém, com finanças que não condiziam com o que ganhava. Um salário de quase R$ 18 mil, uma dívida chegando às portas dos R$ 300 mil e 2 adolescentes que todos os finais de iam para as baladas mais caras do Rio de Janeiro.

Iniciamos um plano de ação, mas, no final de semana seguinte, ela me ligou chorando, dizendo que os filhos não colaboravam e que ela nunca ia conseguir sair do vermelho por causa deles.

Nós, pais, sabemos que criar um filho atendendo somente às suas necessidades mais básicas já custa um valor muito alto. Se esses filhos não recebem educação financeira logo na primeira infância, fica ainda mais difícil controlar a situação na adolescência. Tornar seu filho um consumidor consciente é a chave para o sucesso da economia de toda a família.

A maior dificuldade de fazer seu filho aprender a poupar na fase adolescente ocorre por motivos óbvios: chegam as festas, as baladas, a visão de viver tudo em 1 segundo e, é claro, a necessidade de entrar no círculo vicioso do status.

Sim, filhos também querem posses para mostrar ou provar algo a alguém. Então, se não quiser jovens consumistas, precisa estabelecer isso logo cedo. Mas se eles já estão grandinhos e você já identificou um perfil de consumistas inconscientes, é hora de falar sério.

Apresente a eles as reais necessidades da família e deixe claro que o comportamento atual não está de acordo com essas necessidades e, o pior, atrapalha a família a chegar onde realmente precisa.

Quando minha cliente entendeu que precisava fazer com que seus filhos enxergassem a real necessidade da família, ela ganhou 2 aliados. Mas isso só foi possível após ela abrir o jogo e mostrar as dívidas da família, o planejamento e as consequências das baladas.

Filhos são inteligentes, não os prive jamais de saber a verdade. Um dia eles seguirão o próprio caminho e toda a informação que você puder passar agora sobre finanças — e, sobretudo, sobre consumo — será extremamente válida.

Qual é o funcionamento de uma casa onde há consumo inteligente?

O funcionamento de uma casa diz respeito ao tipo de criação que damos aos nossos filhos, aquilo que achamos importante para a nossa família, entre outros detalhes não menos importantes. Tudo isso está ligado à nossa consciência de consumo (ou à falta dela).

Vou citar alguns exemplos de funcionamento da minha casa. Eu e meu marido trabalhamos juntos há cerca de 15 anos em nossa empresa de tecnologia e nossa carga horária de trabalho era muito pesada — já chegamos a trabalhar cerca de 20 horas por dia em alguns períodos.

Nessa época, era comum fazer todas as refeições fora de casa, inclusive café da manhã. Para uma família com dois adolescentes na época (meu caçula ainda não havia nascido), o custo era bem alto.

Nos fins de semana, eu não trabalhava, mas também não cozinhava, dado que já estava exausta e precisava reunir forças para a próxima semana. Dessa forma, todas as refeições do fim de semana eram feitas fora de casa. Contudo, por serem ocasiões especiais, era necessário que esses momentos de prazer tomassem forma em um restaurante diferente… que tal um mais requintado?

Moral da história: os gastos somente com refeição eram altíssimos. Um dia, parei para calcular esse valor e fiquei em choque por mais ou menos 2 horas.

O que faltava na minha vida era organização financeira. Quando eu comecei a reorganizar meus horários e dar novos direcionamentos à minha rotina, essa quantia de dinheiro antes gasta com restaurantes diminuiu drasticamente. Foi o começo para adquirir a visão de mundo de um consumidor consciente.

Mas não parou por aí! Comecei a perceber que íamos à academia, no máximo, 2 vezes ao mês, pagando por planos semestrais. Adivinha o que fiz? Cortei academia e começamos a fazer exercícios ao ar livre. E, no embalo dos bons resultados financeiros, as mudanças continuaram.

TV por assinatura é status para quem passa 70% do dia fora de casa e chega à noite apenas para dormir, concorda? Não demorou muito para percebermos que não tínhamos tempo, nem vontade alguma de assistir nada na TV. Então, liguei para a operadora e cancelei o plano “premium”.

Esses cortes foram todos de comum acordo com a família. E até hoje nos permitimos um mimo quando cortamos alguma coisa que vai nos dar um retorno financeiro bom.

Cada um tem um papel importante quando o assunto é disciplina financeira. Se você mora no Brasil, por exemplo, vai concordar comigo que energia elétrica é quase um artigo de luxo.

Por isso, tive a ideia de nomear um dos filhos como responsável por checar se as luzes estão apagadas quando o ambiente está vazio. O outro é responsável pela feira, sempre priorizando os alimentos da época, que são mais baratos e têm melhor qualidade. Isso é família com total consciência de consumo. Afinal, precisa haver essa sintonia e concordância para dar certo!

De que forma colocar o consumo consciente em prática?

Tornar-se um consumidor consciente exige mais do que autocontrole ao passar por uma vitrine; exige uma mudança completa de mentalidade e hábitos de vida para saber a hora certa de ir às compras. Você pode começar essa transformação seguindo algumas dicas básicas. Confira!

Tenha cuidado com as embalagens e os produtos descartáveis

Do ponto de vista ambiental, as considerações sobre as práticas de consumo consciente devem levar em conta todos os aspectos de um produto, incluindo sua origem, composição, durabilidade e destino após o uso.

Avaliando tais aspectos, em linhas gerais, a minha recomendação para o dia a dia é evitar ao máximo produtos descartáveis (principalmente os de plástico) e ficar de olho nas embalagens do que você leva para casa. O ideal é que elas se resumam ao mínimo possível, nada de camadas desnecessárias de papel ou plástico, por exemplo.

Em última instância, invista sempre em produtos com embalagens recicláveis ou mesmo retornáveis. Levar sua sacola de pano de casa na hora das compras e separar o lixo de acordo com o material para a destinação adequado já é um ótimo começo.

Avalie o impacto de cada compra

Entender o que é consumo consciente envolve compreender os impactos de nossas ações. Além de ser uma nova despesa, cada compra adicional gera novos impactos, inclusive porque implica no descarte de outros produtos. Portanto, ao considerar se aquela aquisição não está sendo feita apenas por impulso, analise também de que modo tal compra afeta tudo o que circunda você.

Mapeie suas finanças

Não dá para criar um objetivo futuro se você não sabe a sua situação atual, correto? Então, se deseja melhorar sua relação com o consumo, o primeiro ponto é sistematizar suas receitas e despesas. Isso é o básico de um consumidor consciente.

Todos os gastos e ganhos devem ser colocados em uma planilha ou um aplicativo. Absolutamente tudo, inclusive aquela cerveja do happy hour, aquela bolsinha baratinha do camelô, aquele brinco irresistível que você comprou do catálogo da colega de trabalho… enfim, tudo.

Sabe quando arrumamos nossas gavetas e descobrimos que tinha muito mais coisas para jogar fora do que imaginávamos? Matematizar suas despesas domésticas vai revelar possíveis economias de onde você nem sonhava.

Renegocie despesas

Você viu meu exemplo mais acima? Academia, TV a cabo, celular, não é preciso cortar tudo. Uma simples redução dos planos pode gerar uma receita extra entre 30% e 40%.

Elimine as compras a prazo de seu dicionário

Tem muita gente que diz que não consegue economizar, mas paga parcelas de empréstimo ao banco todos os meses. Qual é o sentido de usufruir algo agora, mas pagar o dobro do preço amanhã (contando com os juros), sendo que, com apenas mais alguns meses de espera, você teria o mesmo bem, a custo 50% menor?

Viu como estamos falando de mudança de mentalidade? Consumidor consciente sabe que quando paga à vista economiza 2 vezes: nos juros que deixa de pagar e no menor preço à vista (por conta do poder de barganha de pagar de uma vez).

Faça um investimento de longo prazo

Falamos anteriormente dos riscos de depender do INSS. Mas se quiser começar desde já a aplicar em um plano de previdência privada, não perderá o sono ao ver no telejornal que a reforma da previdência aumentou o tempo mínimo de contribuição até os 65, 70, 90 anos. Ao investir ao longo da vida, será você quem decidirá a hora de parar.

Da mesma forma, se uma fatalidade te impedisse de trabalhar, quem sustentaria seus filhos? Ou quem ajudaria seus pais na velhice? Se você é consumista, faça o exercício de deslocar seu consumo, dos produtos inúteis, para investimentos que vão mudar o seu futuro e o de quem você mais ama.

Imagine em caso de diagnóstico de doença grave ter o respaldo financeiro de um seguro de vida? Pense também não poder estar perto de seus filhos no futuro, mas deixar a eles um capital que permitiria a eles estudar e crescer com qualidade de vida, exatamente como você sonhou?

São essas reflexões sobre o que é consumo consciente e o que realmente vale a pena colocar no carrinho de compras que devem fazer parte dos pensamentos de quem quer se tornar um consumidor mais responsável. Entender o que de fato importa e usar isso para balancear suas decisões de compra é algo crucial, inclusive para o futuro do planeta. Então, vamos começar a mudança agora mesmo?

Fonte: Mag 

Fonte: Flowing