• 12 abril, 2021

COMO O TABAGISMO AFETA O CORAÇÃO E AS ARTÉRIAS

O tabagismo afeta a circulação sanguínea de muitas formas predispondo a hipertensão e a situações mais graves como infarto e acidente vascular cerebral (AVC).

Fumar não afeta o coração de uma única maneira. As inúmeras substâncias nocivas contidas no cigarro promovem um verdadeiro bombardeio contra o sistema circulatório, prejudicando sua estrutura, sua pressão e até seu ritmo.

Uma das formas de “ataque” começa pelas paredes das artérias. O cigarro agride o endotélio, camada celular que recobre os vasos sanguíneos, e acaba interferindo na produção de uma substância protetora, o óxido nítrico.

As substâncias presentes no cigarro também provocam lesões nas paredes internas dos vasos sanguíneos, as quais acabam sendo preenchidas por placas de gordura que circulam no sangue, o conhecido colesterol. Este acúmulo de gordura depositada nos vasos é lento e progressivo. Quanto mais agressão, maior a lesão e mais gordura é depositada, criando coágulos e levando a obstrução do vaso, o que pode causar infarto e AVC (acidente vascular cerebral).

O cigarro prejudica ainda o mecanismo de contração e relaxamento dos vasos, o que resulta em uma maior dificuldade para o sangue circular; acelera o ritmo do coração; e causa o espessamento do sangue, dificultando o transporte de oxigênio para o corpo.

A sobrecarga ao sistema circulatório se dá também devido ao fato de que, quando inalamos a fumaça do cigarro, ocorre um súbito aumento da pressão arterial e o coração precisa fazer mais força para bombear o sangue. Com isso, aumenta-se os riscos de desenvolvimento de doenças no coração, rins e circulação sanguínea.

O hábito de fumar entre os homens, por exemplo, aumenta as chances de infarto em até seis vezes em comparação com aqueles que não são tabagistas. Já entre as mulheres esse risco pode ser até maior se houver uso de anticoncepcionais. Isso porque a combinação entre fumo e anticoncepcionais com hormônios é muito perigosa. Segundo o Ministério da Saúde, o risco de infarto é dez vezes maior em mulheres que fumam e usam métodos contraceptivos orais. 

É importante lembrar que o fumante passivo também está exposto. Isso porque, mesmo depois que a fumaça se dispersa, as substâncias nocivas do tabaco continuam no ar e podem ser inaladas, causando, entre outros problemas, alterações na pressão sanguínea que afetam o coração.

A decisão de parar de fumar realmente não é fácil. Mesmo com tantos alertas e tratamentos, muita gente não consegue abandonar o cigarro. Por outro lado, essa decisão traz inúmeros benefícios.

Um dos principais é a melhoria do funcionamento do coração e a redução da possibilidade de doenças cardiovasculares. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, um ano após abandonar o vício, o ex-fumante reduz em até 50% o risco de ter um infarto. Até dez anos depois, ele pode chegar ao mesmo risco de uma pessoa que nunca fumou!

Diante de todos estes fatores vale a pena a dedicação em tentar parar de fumar, seja por meio de adesão a tratamentos medicamentosos de interrupção do tabagismo, substituição do fumo por outras atividades prazerosas, ou uso de aplicativos que auxiliam nesta tomada de decisão.

Fonte: Flowing