Como a leitura nos ajuda a viver melhor

Uma boa história nos faz desenvolver mais empatia e aumenta nossas habilidades sociais.

Mergulhar na leitura de um livro não é só uma maneira de relaxar ou de se distrair das preocupações do dia a dia. De acordo com a ciência, esse hábito aprimora nossa capacidade de entender as pessoas e interagir melhor com elas –e aumenta nosso sentimento de pertencimento, revela um artigo da NBC News Better.

A leitura também nos ajuda a manter o cérebro afiado e a crescer como indivíduos, aponta Melanie Green, professora de comunicação da Universidade de Buffalo. “Histórias nos permitem um sentimento de conexão com os outros e de fazer parte de algo maior”, revela Green. Confira, a seguir, cinco razões para mergulhar mais em boas histórias.

Entrar no mundo da ficção é uma maneira de entender melhor a realidade de outras pessoas Entrar no mundo da ficção é uma maneira de entender melhor a realidade de outras pessoas.

Inspiração para o crescimento pessoal
Ler nos faz pensar e sentir de maneiras novas e diferentes, explica Keith Oatley, professor de psicologia aplicada e desenvolvimento humano da Universidade de Toronto, no Canadá. “Você abdica de seus hábitos e pensamentos e adota a ideia de ser uma pessoa diferente em circunstâncias que, de outra forma, você nunca viveu.”
Em um estudo, Oatley e seus colegas descobriram que depois de ler uma de duas versões da mesma história (uma como ficção e outra como não-ficção), as pessoas que leram a ficcional mudaram mais seus traços de personalidade do que as que leram a não-ficcional, e afirmaram ter sentido um nível maior de emoção. Para Oatley, é interessante refletir sobre isso sob o prisma de como a literatura pode nos ajudar a passar por um crescimento pessoal em que cada pessoa desenvolve seu caminho em vez de seguir as convenções sociais.

Maior senso de pertencimento
Um estudo da Universidade de Buffalo sugere que a leitura satisfaz nossa necessidade de conexão social porque ela imita o que realmente sentimos nas interações com outras pessoas. Os pesquisadores pediram a 140 estudantes para ler um livro por meia hora; depois desse período, os estudantes disseram que estavam fazendo parte do mundo dos personagens e que sentiram a mesma satisfação e felicidade que em geral obtemos nas nossas interações reais com as pessoas. “A conexão social é uma forte necessidade humana. Sempre que nos sentimos conectados aos outros, nos sentimos bem no geral e com as nossas vidas”, explica a autora do estudo, Shira Gabriel, professora de psicologia da universidade.

Mais empatia
A ficção também nos ajuda a entender melhor o mundo real e a interagir com os outros. “É a chance de entrar na mente de outras pessoas. Ao fazer isso, nós as entendemos melhor”, afirma Oatley. Pesquisas feitas por ele e seus colegas mostram que as pessoas que dizem ler mais ficção tiveram notas mais altas em testes de empatia e habilidades sociais. Quando nos identificamos com um personagem do livro, podemos viver, temporariamente, a vida de outra pessoa. Ao ler e entender histórias ficcionais, ativamos a mesma região do cérebro usada para compreender outras pessoas.

Longevidade do cérebro
Não é só vocabulário que se aprende com a leitura. A neurociência tem mostrado que essa atividade melhora outras funções cognitivas por estimular as redes de neurônios que melhoram nossa cognição social e o processamento de conteúdo abstrato. “Ler engaja o cérebro e pode mantê-lo ativo o suficiente para prevenir o declínio cognitivo”, explica Avni Bavishi, da escola de medicina da Universidade de Northwestern. Um estudo de 2013 mostra esse efeito; Bavishi e colegas fizeram um outro que mostra que as pessoas que afirmam ler mais vivem mais do que as que disseram não ler.

Pausa nas preocupações
A leitura é uma boa maneira de distrair sua mente das preocupações do dia a dia, pois permite uma fuga temporária. “Quem mergulha no mundo da história não fica ruminando suas preocupações pessoais”, diz Green. Isso pode ajudar, por exemplo, a gerenciar melhor seu humor. Da próxima vez em que o estresse e a ansiedade baterem, portanto, abra um livro!

FONTE: Viva Longevidade