• 10 novembro, 2020

Como fazer a sua própria sorte?


Quem nunca ouviu aquela expressão “se a vida te dá um limão, faça uma limonada”? Se, para muitos, essa mensagem pode significar desafios, para Christian Busch é sinônimo de sorte ativa e inteligência. Por sinal, encarar o acaso dessa forma tem até um nome: serendipity mindset ou mentalidade de serendipidade, em tradução livre.

Na explicação de Busch, professor da Universidade de Nova Iorque, fazer a própria sorte é “quando você vê algo no inesperado e conecta os pontos. É diferente da sorte cega, que você realmente não pode influenciar.”

E o que seria esse acaso? Em entrevista ao site The Guardian, Christian exemplifica com “eventos imprevistos, encontros casuais e coincidências bizarras”. Para ele, essas situações podem ser encaradas como fator crítico, como “uma força que faz a maior diferença em nossas vidas.”

Por exemplo: a ida a uma cafeteria ou a um refeitório (como costumávamos fazer antes da pandemia) poderia desencadear conexões quando uma pessoa deixasse cair café no chão ou pedisse um favor a pessoa da mesa ao lado. Você até poderia seguir em frente e não dar continuidade ao papo, mas, para Busch, é fascinante como as pessoas perdem a sorte. “Com que frequência você sente uma conexão e não faz nada a respeito?”, questionou.

Como criar essa mentalidade, então?

Criar a própria sorte não é algo restrito. Qualquer pessoa pode praticar a serendipidade e cultivá-la ao longo da vida. Por isso, Busch compartilhou algumas dicas de como ter, conscientemente, essa mentalidade.

Passo 1

É preciso criar uma consciência do inesperado. “A ideia é ver significado no inesperado, em vez de vê-lo como algo que provoca ansiedade”, disse Busch.

Passo 2

Encarar o mundo com os olhos abertos pode ajudar a enxergar oportunidades que os outros não conseguem ver. “Não se trata apenas de estar no lugar certo e na hora certa para que algo nos aconteça (sorte cega), mas, sim, de um processo no qual podemos estar ativamente envolvidos.”

Passo 3

Tente semear oportunidades para o acaso, abrindo ganchos para novas conexões. “Sempre há aquela pergunta temida ‘o que você faz?’ e você pode responder ‘sou jornalista, mas recentemente comecei a ler sobre filosofia e o que realmente me interessa é explorar a ciência’. Essa situação, por exemplo, explicou Busch, abre três potenciais brechas para uma pessoa se conectar com outra.

Passo 4

Tente não planejar tudo que está a sua volta, mas, sim, ter um senso geral de direção, “um campo mais amplo”, comentou o professor. “Muitos alunos me dizem ‘eu sei exatamente o que quero fazer.’, mas eles poderiam dizer ‘li muito sobre isso e fiquei inspirado, mas ainda não tenho certeza de qual perspectiva específica devo escolher. Podemos conversar sobre isso?’”.

Fonte: Viva a Longevidade 10/10/20

Fonte: Flowing