• 29 maio, 2024

Como cuidar da saúde mental durante o tratamento de doenças crônicas?

Enfrentar uma doença crônica pode ser desafiador, no entanto, é possível cultivar um senso de tranquilidade e bem-estar na rotina diária, mesmo em meio às dificuldades.  

Nesse processo, a saúde mental desempenha um papel importante, influenciando a forma como os pacientes e cuidadores lidam com a doença, para encontrar o equilíbrio emocional e manter uma qualidade de vida adequada.  

Neste texto, explicaremos em detalhes a importância da saúde mental durante o tratamento de doenças crônicas e forneceremos estratégias práticas para enfrentar essa jornada de maneira mais resiliente e positiva.

Qual a conexão entre saúde mental e doenças crônicas? 

O tratamento de condições de longo prazo não se limita apenas às prescrições médicas e terapias físicas, isso porque a forma de lidar com a doença, pode desencadear uma série de emoções, como ansiedade, depressão e estresse. 

Muitas vezes, a incerteza em relação ao tratamento, a adaptação a novas rotinas e a preocupação com o futuro podem impactar significativamente no bem-estar mental dos pacientes, incluindo desafios, como: 

Diagnóstico e adaptação 

O momento do diagnóstico muitas vezes traz uma enxurrada de emoções, incluindo choque, negação e raiva. A adaptação à nova realidade pode ser desafiadora, exigindo aceitação e compreensão da doença.  

Isolamento social 

Em alguns casos, doenças crônicas podem levar ao isolamento social devido às limitações físicas ou emocionais. A sensação de solidão pode agravar problemas de saúde mental.  

Tratamento e efeitos colaterais 

Lidar com os tratamentos médicos e os possíveis efeitos colaterais pode ser angustiante, ter ansiedade em relação aos procedimentos médicos necessários é comum.  

Flutuações emocionais 

O curso das doenças crônicas pode apresentar oscilações, com quadros de agudização. Essa montanha-russa emocional também pode desgastar tanto a saúde mental do paciente, quanto das pessoas envolvidas no tratamento. 

O papel do profissional de saúde e a importância do diálogo 

A importância do diálogo durante o tratamento vai além da troca de informações médicas, pois, a comunicação é uma ferramenta poderosa para promover o entendimento, a adaptação e a superação dos desafios associados às condições.   

É papel dos profissionais oferecer cuidados clínicos, apoio emocional e orientação prática para ajudar os pacientes a enfrentarem os desafios de maneira eficaz e positiva. Veja abaixo como isso pode acontecer: 

Fornecendo informações e orientação  

A comunicação aberta com os profissionais de saúde permite que os pacientes entendam sua condição médica de maneira mais clara e completa.  

Isso inclui informações sobre o diagnóstico, opções de tratamento, possíveis efeitos colaterais e estratégias de manejo. Quando os pacientes estão bem informados, eles podem se sentir mais confiantes ao lidar com a doença. 

Promovendo a adesão ao tratamento  

O diálogo não se trata apenas de falar, mas também de ouvir ativamente. Os profissionais de saúde, amigos e familiares que ouvem genuinamente as preocupações dos pacientes demonstram respeito e empatia, isso não apenas os ajuda a se sentirem valorizados, mas também os empodera a se tornarem defensores de sua própria saúde.   

Quando os pacientes se sentem ouvidos e envolvidos no processo de decisão, eles são mais propensos a aderir ao tratamento prescrito, o que é fundamental para alcançar os melhores resultados.  

Desenvolvendo estratégias de enfrentamento  

Muitas vezes, manter emoções negativas para si mesmo pode levar ao aumento do estresse e da ansiedade. Conversar sobre os sentimentos com um terapeuta ou conselheiro pode oferecer uma saída saudável para essas emoções, proporcionando alívio emocional e mental.    

Outra alternativa é encontrar pessoas que enfrentam desafios semelhantes, assim, os pacientes podem aprender técnicas práticas para lidar com sintomas e incertezas. À medida que eles compartilham suas preocupações, podem descobrir que não estão sozinhos em suas lutas, criando uma rede de apoio valiosa. 

Para pacientes: como adquirir mais bem-estar na rotina? 

1. Estabeleça uma rotina saudável 

Uma rotina estruturada pode fornecer um senso de estabilidade. Priorize o sono adequado, alimentação balanceada e exercícios leves, sempre com orientação médica. Esses hábitos podem melhorar tanto a saúde física quanto mental.  

2. Adquira práticas de relaxamento e mindfulness 

Aprender técnicas de relaxamento, meditação e mindfulness (prática de se concentrar completamente no presente) pode ajudar a acalmar a mente e reduzir o estresse. Dedique alguns minutos por dia para se concentrar na sua respiração e se desconectar das preocupações. Isso pode trazer clareza mental e sensação de tranquilidade.  

3. Estabeleça objetivos realistas 

Defina metas alcançáveis para cada dia. Pequenas conquistas podem gerar uma sensação de realização e motivação, aumentando sua confiança em lidar com a doença.  

4. Pratique a aceitação e pensamento positivo 

Pratique a aceitação da sua condição. Isso não significa desistir, mas sim abraçar a realidade e focar em como você pode viver da melhor maneira possível. Cultivar pensamentos positivos pode melhorar seu bem-estar emocional.  

5. Desenvolva hobbies  

Participar de atividades que você ama pode ser uma fonte poderosa de distração e prazer. Ao se envolver em hobbies, você se concentra em algo positivo, diminuindo o espaço para preocupações constantes.  

6. Busque apoio profissional 

Um terapeuta ou psicólogo especializado em saúde mental pode ajudá-lo a desenvolver estratégias de enfrentamento e oferecer um espaço seguro para discutir suas emoções e preocupações.  

7. Celebre o progresso 

Reconheça e celebre cada passo à frente, por menor que seja. Isso ajuda a manter uma perspectiva positiva e lembrar-se de que você está fazendo progresso, por mais lento que pareça.  

Cuidando de quem cuida

Quando uma pessoa é diagnosticada com uma doença crônica, todo o círculo social ao seu redor é afetado, principalmente os familiares e cuidadores.  

Em 2016, um estudo divulgado pelo portal norte-americano Business Insider, em colaboração com o Bureau of Labor Statistics, revelou uma lista das 20 ocupações mais propensas ao estresse. Entre elas, dez estavam diretamente associadas às pessoas que atuam na área da saúde, tendo a função de cuidador na 8ª posição.   

Embora a atenção muitas vezes se concentre no paciente, é importante reconhecer que as pessoas envolvidas no tratamento também enfrentam desafios emocionais e psicológicos significativos. Cuidadores e familiares emocionalmente equilibrados são mais capazes de fornecer cuidados de qualidade e apoio adequado ao paciente, contribuindo também para um ambiente de apoio e compreensão mútua.

Estratégias para praticar o autocuidado 
  • Defina limites claros para o tempo e energia que você dedica ao cuidado. É importante reservar tempo para suas próprias necessidades;
  • Não tenha medo de pedir ajuda a outros membros da família, amigos ou profissionais de saúde;
  • Dedique tempo a atividades que lhe tragam alegria e relaxamento. Praticar exercícios, meditação e hobbies pode melhorar seu bem-estar mental;
  • Compartilhe seus sentimentos com outras pessoas. Participar de grupos de apoio ou falar com um profissional de saúde mental pode ser benéfico;
  • Planeje antecipadamente os aspectos práticos do cuidado, como consultas médicas e medicação. Isso pode reduzir o estresse do dia a dia. 

Fonte: texto retirado do blog Vital Aire
Link: https://br.vitalaire.com/doencas-respiratorias-cronicas/vitalaire-news/acesse-novidades/saude-mental

Fonte: Flowing