• 29 setembro, 2023

Como atua a Nicotina no Cérebro?

Olá, nosso papo hoje é sobre os efeitos da Nicotina no cérebro. Muita gente fala dos efeitos prejudiciais da nicotina na saúde das pessoas e que ela vicia, mas você sabe como ela age em nosso cérebro? Então, vamos descobrir.

Bem, a primeira coisa que precisamos entender é que o Cérebro é composto pro bilhões de células nervosas, também chamadas de neurônios. Estas células se comunicam entre si através de elementos químicos. Comunicação através de química? Sim, é isso mesmo. Pode parecer complicado, mas não é. Vamos fazer o seguinte, basta ir acompanhando na imagem ao lado.

As células nervosas liberaram uma espécie de mensageiro químico chamado neurotransmissor (representados pelos triângulos amarelos com o número 1 na figura). Cada neurotransmissor é como uma chave que se encaixa em uma fechadura chamada receptor e que está localizado na superfície das células nervosas. Quando um neurotransmissor encontra o seu receptor, ele ativa a célula nervosa que contém esse receptor (ver o número 2 na figura), desencadeando uma resposta. Sim, e a Nicotina?

Bem, a molécula de Nicotina imita o papel de um neurotransmissor chamado acetilcolina. O nome é meio estranho, mas tem cada nome estranho em qualquer lugar, não é mesmo? A acetilcolina e seus receptores estão envolvidos em muitas funções, incluindo o movimento muscular (braços, pernas, rosto e outros), e também na respiração, na frequência das batidas do coração, no aprendizado e na memória. Age também na liberação de hormônios que afetam o estado de ânimo, o apetite e uma porção de outras coisas. Ok?

Bem, quando a Nicotina atinge o cérebro, ela se junta aos receptores de acetilcolina e imita suas ações, ela também ativa áreas do cérebro envolvidas na produção de sensações de prazer e gratificação. Como ela faz isso? Ah, sim, a Nicotina aumenta os níveis de um neurotransmissor chamado dopamina nas partes do cérebro que produzem essas sensações de prazer e gratificação. É isso que vai causar o vício (você sabia que o nome técnico para “vício” é “adição”? Senão sabia, agora já sabe.).  Isso ajudaria a explicar porque é tão difícil deixar de fumar.

Fácil de começar difícil de deixar 

Sabia que a nicotina é tão viciadora como a cocaína ou heroína? Quando se usa nicotina repetidamente, como quando se fuma cigarros, o corpo desenvolve uma tolerância a ela, ou seja, vai se habituando com a quantidade de nicotina no organismo. Quando se desenvolve uma tolerância, é necessário cada vez mais quantidade da droga para se sentir o mesmo efeito. Uma vez viciado no ciclo de assimilar a substância e desenvolver tolerância e aumentar a dose é muito difícil deixar o hábito. Pessoas que começaram a fumar antes dos 21 anos de idade, por exemplo, têm mais dificuldade em deixar de fazê-lo, e só uma em cada dez pessoas que decide parar de fumar consegue obter êxito. Logo, o melhor é não começar.

Quando as pessoas viciadas em nicotina deixam de fumar, podem passar por diversas dificuldades: ansiedade, fome, depressão, dor de cabeça e outras sensações desagradáveis. Estas sensações são conhecidas como “sintomas da síndrome de abstinência” porque ocorrem quando a pessoa se abstêm de ingerir a nicotina.

Os sintomas da síndrome de abstinência podem ser desagradáveis, porém fumar por longo tempo pode ser ainda muito pior, pois eleva a pressão arterial, diminui os sentidos de olfato e de paladar, reduz a energia e enruga a pele. E o que pode ser ainda mais perigoso é que fumar por longo tempo pode provocar coisas mais graves como um ataque no coração, enfisema e câncer, todos os casos podem ser fatais. No cérebro, os efeitos mais graves são derrame cerebral e surgimento de tumores.

É surpreendente, mas o uso da nicotina (fumar cigarros, mascar tabaco, etc.) causa ainda mais enfermidades e mortes que todas as outras drogas de dependência combinadas. Uma a cada seis mortes nos Estados Unidos são resultado do hábito de fumar tabaco. Apesar disso, mesmo enfrentando o risco de morte, muitas pessoas continuam consumindo nicotina porque estão viciadas. E uma coisa que é inacreditável é que as estatísticas mostram que metade dos fumantes que tem um ataque do coração continuam fumando ainda que o médico lhes tenha advertido que devem parar. Dá para acreditar?

Fonte: Texto retirado do Blog Ciência e Cognição
Link: http://cienciasecognicao.org/neuroteen/?p=155

Fonte: Flowing