• 20 dezembro, 2020

Celebrar a vida

Celebrar a vida é viver cada momento como único, é contemplar a beleza do respirar e a frescura do sorrir. Celebrar a vida é amar… é abraçar tudo o que se apresenta em cada dia e em cada momento… celebrar a vida é ver em tudo o que os olhos físicos observam… é perceber que fazemos parte de tudo e tudo faz parte de nós, porque tudo é dentro e nada é fora. Celebrar a vida é sentir leveza em cada despertar e acordar com a certeza que tudo está feito… apenas preciso SER.

Celebrar a vida é reconhecer em cada semelhante uma parte de nós… uma dica, um espelho em que nos podemos ver, observar, analisar até à tomada de consciência que EU SOU TU e TU ÉS EU. Celebrar a vida é comemorar cada abraço como uma reconciliação eterna com o EU… é integrar a verdade que nunca existiu separação…nunca existiu zanga… apenas processamento e compreensão. Celebrar a vida é fazer amor connosco mesmos e ser tudo o que o nosso corpo nos permite ser… é entregar-nos aos sentidos e descansar na manifestação de cada emoção. Celebrar a vida é aceitar que somos um ser perfeito e que temos tudo para alcançar o que pretendemos … é focar-nos no não foco e ser natural e verdadeiro em nós, porque só assim o conseguimos ser em todas as coisas e pessoas.

Celebrar a vida é reconhecer-nos no Céu e na Terra, na sombra e na luz, no homem e na mulher… e no final perceber que tudo é em simultâneo e que a separação ou dualidade são apenas faróis que nos ajudam a ver a verdade que EU SOU. Celebrar a vida é reconhecer-nos como o nosso próprio mestre e aprendiz, é praticar a consciência de que a fonte habita em nós e que podemos criar TUDO, tal como alguém um dia começou a criar. Celebrar a vida é permitir a presença de Deus de uma forma constante, não porque alguma vez esse Deus estivesse fora, mas sim porque nos disponibilizamos a SER esse Deus. Celebrar a vida é lembrar-me da humildade em cada meta alcançada e celebrar naturalmente em amor e em gratidão … e é só isso …!

Uma consciência, um estado, uma verdade da alma

Mas quem somos nós para questionar ou tentar perceber o próprio processo da celebração da vida, se a própria vida já se celebra a si mesma em cada momento? Quem somos nós para delinear tarefas, caminhos, estradas ou metas, indicando patamares evolutivos ou estados “corretos”… se a própria vida disso se encarrega naturalmente? Quem somos nós para rejeitar, contradizer ou ir revolucionar… se somos nós mesmos que atraímos e criamos a nossa realidade em que vivemos e somos?

Crescemos com a ideia que temos uma estrada, um caminho a percorrer. Fazem-nos acreditar que para sermos felizes precisamos TER uma família, precisamos TER um emprego, precisamos TER dinheiro para SERMOS reconhecidos socialmente. Fazem-nos acreditar que o certo ou correto é o que já está comprovado, esquecendo que esse mesmo certo foi alcançado com o erro e a vivência de uma experiência individual e coletiva. Fazem-nos acreditar que pertencemos a um sistema, ao qual devemos responder, respeitar e fazer parte, caso contrário somos marginais sociais. Fazem-nos acreditar numa lei, em princípios, em fundamentos no comportamento humano, esquecendo completamente a necessidade do espaço individual e essência de cada um. Fazem-nos acreditar que SER FELIZ é impossível, e que um estado de consciência e completa contemplação pela vida é estado alterado de consciência ou esquizofrenia ou bipolaridade …. e afinal quem somos nós? Afinal qual é verdade escondida que nos poderá levar à completa celebração da vida?

Somos a própria celebração

Quando observa o mar… o que vê? Quando observa as árvores descansando sobre si mesmas… o que vê? Quando observa a pessoa que ama … o que vê? Na verdade nada vê … tudo é! No momento em que olha e observa… tudo entra em si … tudo faz parte de si nesse momento. De acordo com a sua história, os seus conceitos, a sua consciência, tudo isso entrará e será processado de acordo, ou seja, co-criado por si.

Cada momento, cada pensamento, cada emoção acontece em tempo real… ou seja neste exato momento. Criámos a ilusão de um passado e de um futuro, quando na verdade tudo É no presente em tempo contínuo e único. A mente processa o que lhe damos para processar… não sabe o que é certo ou é errado… simplesmente processa… natural e fluidamente. Tal como a vida, não existem pausas, tudo acontece de uma forma contínua e natural. Para a vida não existem momentos, não existem emoções, não existem pensamentos, a vida é TUDO isso em simultâneo. Por isso sempre que dizemos “em cada momento” devemos saber que nos estamos a tentar referir à vida contínua e ao todo que se processa fluidamente, deixando de parte a ideia da separação ou de marco de algo à parte.

Cada célula, cada órgão do nosso corpo, cada milímetro da nossa pele, VIVE … celebrando a sua manifestação … sem necessitar de uma ordem ou uma instrução consciente da nossa parte… já pensou nisso? Antes de tudo… TUDO mesmo, a vida acontece… e só ela nos permite estar aqui a divagar e a tentar usar palavras que a descrevam, quando ela própria não permite descrição possível… tal como Deus … simplesmente É … e agora talvez consigamos perceber que celebrar a vida é reconhecer que somos DEUS … e tal como ele não precisamos preparar-nos para celebrar e sim celebrar simplesmente.

FONTE: Revista Progredir

Fonte: Flowing