• 8 dezembro, 2020

Autocompaixão no Trabalho

Para sobreviver no mundo moderno, precisamos ser muito bons na autocrítica. Precisamos garantir que nada que nosso pior inimigo possa nos dizer já não tenha sido admitido integralmente por nós; nos tornamos especialistas na arte do ódio a nós mesmos. Sabemos contemplar nossa mediocridade sem sentimentalismo nem favorecimento; permitimos que a paranoia triunfe sobre o sossego e a complacência. Mas, por mais habilidosos que nos tornemos nessas manobras, há sempre o risco de que nossa vitória extrapole os limites.

Em resposta a determinados reveses profissionais, passamos a nos desprezar a tal ponto que achamos difícil levantar da cama. Para atenuar essa probabilidade, talvez devêssemos explorar um estado emocional bastante temido pelos ambiciosos: a autocompaixão. Ela pode parecer um convite à perdoar os nossos erros e, portanto, ao desastre, pois atribuímos muito de nosso sucesso à ansiedade e à autoflagelação. No entanto, deveríamos admitir que esses momentos de autocuidado têm grande valor. 

Por algum tempo, até nos fortalecermos de verdade, deveríamos ter coragem suficiente para acolher um ponto de vista mais generoso a nosso respeito. Ok, falhamos, mas nem por isso perdemos o direito à solidariedade e à compaixão.

Ter compaixão por si mesmo é diferente de dizer que somos inocentes. Significa tentar ser extremamente compreensivo diante da variedade de razões que podem ter ocasionado nossa falha. Fomos tolos, sem dúvida, mas mesmo assim merecemos existir, ser ouvidos e perdoados.

Fonte: The School of Life 10/10/20

Fonte: Flowing