Hal Wildson leva três meses para produzir simultaneamente dois trabalhos desse tipo.
Uma das ferramentos de trabalho do artista Hal Wildson é a máquina de escrever. De tecla em tecla, ele cria retratos por meio de letras. “Inicialmente, crio uma teia com as palavras memória, palavra e esquecimento. Depois, vou sobrepondo símbolos aleatoriamente”, explica ele que leva cerca de três meses para produzir simultaneamente dois trabalhos desse tipo.
Pensar a memória, sua construção e traumas, é essencial para pensar a produção do artista. “Minha vida tem influência na minha produção. Nasci em Aragarças, Goiás.
Minha infância se deu lá, sem meu pai e minha mãe. Fui criado pela minha avó. Ao mesmo tempo, que tive a possibilidade de brincar na rua, nadar em rios, minha história familiar é permeada por questões como feminicídio e alcoolismo”, detalha ele.
‘É na memória que plantamos a semente do futuro’ é uma frase importante para mim. Meu processo de criação começa a partir do esquecimento, de revisitar a minha história e me aprofundar em traumas para me libertar e curar”, complementa Hal.
O artista mora hoje no litoral paulista e vê seu trabalho para além da minúcia de seu processo.
“Quando cresci, vi que as questões que me perpassam têm a ver com problemas sociais. Não quero que as pessoas somente se emocionem com as minhas obras, quero que elas se questionem”, finaliza.
FONTE: Veja SP
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