• 19 março, 2024

A psicologia no filme questão de tempo: a importância de viver o agora

Quem assistiu a esse filme sabe que não estamos falando de uma simples comédia romântica. Afinal, a obra nos leva a refletir não só sobre o amor, mas também sobre o tempo e as escolhas que dão o rumo para a nossa vida. E é por isso que há tanta psicologia no filme Questão de Tempo.

Na história, conhecemos Tim Lake (interpretado por Domhnall Gleeson), um jovem incomum com uma habilidade extraordinária — a capacidade de viajar no tempo. A trama se desenrola aos poucos, revelando não apenas a habilidade peculiar de Tim, mas também os elementos que servem como um espelho, refletindo as alegrias, dores e aprendizados que fazem parte da jornada humana.

Então, vamos falar das relações familiares, dos relacionamentos amorosos, do estresse e suas formas de enfrentamento, do luto e da apreciação do presente. Além disso, também vamos refletir sobre a vulnerabilidade, a autenticidade e a metáfora da viagem no tempo.

Relações familiares

Há muitas lições familiares que podem ser aprendidas com o filme Questão de Tempo. 

A primeira delas é a forma como os valores familiares passam de geração para geração, e isso pode ser visto na relação de Tim com o pai.

Tim descobre que seu poder de viajar no tempo é algo que acontece com os homens da família, e o pai dele é quem explica como funciona essa habilidade. Além disso, ele ensina todos os valores para Tim, como amor e o respeito à família, além da importância de aproveitar cada segundo do momento presente. Por isso, cenas muito emocionantes são vistas quando esses dois estão juntos.

E, ainda pensando nas relações familiares, também vemos o amor fraternal entre Tim e Kitty. Como ter essa rede de apoio nos momentos mais difíceis de nossas vidas é tão vital, não é mesmo? Tim sempre fez questão de estar ao lado de sua irmã, defendê-la e ajudar com tudo quando ela precisou. Assim como ela sempre o apoiou e o aconselhou quando ele precisava.

Relacionamentos amorosos

No início do filme, podemos pensar que se trata de uma clássica comédia romântica, em que uma jovem linda não dá bola para o cara. Mas depois que Tim conhece Mary e faz de tudo para conquistá-la, vemos que não se trata de uma simples paixão.

Afinal, o que Tim e Mary constroem em seu relacionamento é um grande símbolo de amor, compreensão, partilha de pequenos e grandes momentos felizes, fidelidade e muito respeito. Mesmo em momentos difíceis, o casal permanece junto e eles sempre acolhem um ao outro.

Aceitação e apreciação do presente

Uma das mensagens centrais do filme é a importância de aceitar e apreciar o presente. A jornada de Tim, repleta de escolhas e consequências, destaca como é vital viver plenamente no agora e valorizar as experiências e relacionamentos que compõem nossa existência diária.

Assim, a cada vez que ele volta no tempo, ele retorna ao presente com muitos aprendizados. Entre eles, o como cada dia pode ser vivido de uma forma diferente, e nós somos os únicos responsáveis por decidir como veremos a nossa vida.

Além disso, também aprendemos que, por mais que a gente tente, algumas coisas não foram feitas para acontecer da forma que nós queremos. Afinal, isso acontece porque há algo muito melhor esperando por nós no futuro. Imagina se Tim conseguisse conquistar Charlotte logo nas primeiras tentativas, como ele iria conhecer Mary e formar uma família tão linda com ela?

E por fim, suas idas e vindas ao passado também nos ensinam que tudo nessa vida nos traz consequências, e mesmo que a gente tenha a melhor das intenções do mundo, algo ruim pode acontecer. Mas está tudo bem se acontecer, pois ainda estamos aprendendo a viver e cada erro que cometemos nos torna pessoas mais fortes.

Luto

Essa análise não poderia deixar de falar sobre a sensibilidade com que o filme apresenta o luto.

Na trama, vemos que toda a família sofre com a perda do pai de Tim, mas ele ainda pode revisitá-lo no passado por conta de seu poder de viajar no tempo. No entanto, quando Mary conversa com ele sobre o desejo de ter mais um filho, Tim precisa escolher entre o seu passado e seu pai ou seu futuro e o de sua família e seu filho que irá nascer.

Assim, Tim sente na pele toda a dor do luto quando toma essa decisão, mas ainda tem a oportunidade de se despedir de seu pai em uma cena de encher os olhos d’água.

Estresse e formas de enfrentar

Claro que o filme é muito bonito e cheio de lições, mas isso não significa que só coisas boas acontecem nele. E é claro que a psicologia em Questão de Tempo precisa comentar sobre os momentos de estresse que Tim passa.

Assim como qualquer pessoa, Tim passa por desafios em sua vida, e a habilidade de viajar no tempo serve para ele como válvula de escape em vários momentos. Afinal, quando ficamos irritados, tudo o que queremos é fugir, e porquê com ele seria diferente, não é mesmo?

Mas, mesmo com esse instinto natural, Tim vai aprendendo que a melhor forma de lidar com o estresse e os desafios da vida é enfrentando os problemas e aprendendo a lidar com suas emoções. Assim, ele começa a não levar os imprevistos tão a sério diante da brevidade da vida e de todas as coisas boas que o cercam.

Vulnerabilidade e autenticidade

A gente nem precisava dizer isso aqui, afinal, a emoção que o filme traz em cada cena já diz muito. Mas como estamos falando da psicologia no filme Questão de Tempo, vamos comentar mesmo assim.

Um grande ensinamento que o filme traz (e talvez um dos maiores) é o como a vulnerabilidade e a autenticidade são a chave para uma vida plena e feliz. Mesmo Tim sendo um advogado, que em teoria seria uma profissão séria que não permite reações espontâneas, Tim se mostra muito vulnerável e autêntico.

Afinal, ao longo de todo o filme ele se mostra muito sincero com todos ao seu redor, ele não esconde quem é e nem mesmo suas emoções e sentimentos. E, ao fazer isso, ele consegue encontrar e manter as pessoas mais importantes em sua vida, que o entendem e amam como ele é.

Viagem no tempo e escolhas para a vida

E para finalizar os aspectos da psicologia no filme Questão de Tempo, precisamos falar sobre a grande metáfora que ele traz. Por mais que Tim pudesse voltar no tempo e consertar várias coisas que julga ter errado, ele ainda tem muito a aprender.

E aqui está o grande segredo: para aprender é preciso tempo. Tim precisou viver vários dias duas vezes para aprender a valorizar o presente. Precisou passar por dificuldades para valorizar o que tem e as pessoas que estão ao seu lado. E tudo isso está relacionado com a maturidade que vamos desenvolvendo ao longo da vida.

Além disso, vemos também que cada escolha molda nosso futuro, e mais cedo ou mais tarde isso vai trazer um impacto para nós. Por isso, não viva os dias de sua vida de qualquer jeito. Valorize a si, aqueles que você ama e que também te amam, e tudo aquilo que você conquistou.

Afinal, a vida passa muito rápido e alguns problemas podem ser relevados quando mudamos a perspectiva!

Fonte: Texto retirado do Blog Eurekka
Link: https://blog.eurekka.me/psicologia-no-filme-questao-de-tempo/

Fonte: Flowing