• 18 agosto, 2019

14 ameaças ocultas que prejudicam o coração

Alguns fatores ambientais e sociais também podem nos predispor a doenças cardiovasculares.

Quando se fala da saúde do coração, já sabemos que ter pressão e colesterol altos, por exemplo, aumenta o risco de problemas cardiovasculares. Mas esses não são os únicos fatores que comprometem a saúde do coração. A Saúde listou algumas ameaças ocultas que também podem nos predispor a doenças e mal-estar –confira a seguir quais são elas e como contorná-las.

Bullying no trabalho
Um péssimo ambiente de trabalho também pode prejudicar o coração, aponta uma edição especial do European Heart Journal. Vítimas de bullying nas empresas estão sujeitos a constantes maus-tratos, o que está relacionado a emoções negativas”, explica a epidemiologista Tianwei Xu, da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, autora de um estudo que mostrou como essas agressões impactam o coração. “É importante que as pessoas saibam sobre esses comportamentos e busquem ajuda”, sugere Tianwei.

Mudança climática é uma das ameaças ocultas que afetam o coração

Barulho demais
O som de rodovias, ferrovias e aeroportos já foi associado à maior mortalidade por causa de infartos, aponta um levantamento do Instituto Suíço de Saúde Pública e Tropical que analisou dados de 4,4 milhões de adultos. “Existe uma relação entre a poluição sonora e o estresse crônico, que, por sua vez, aumenta a pressão arterial”, diz o epidemiologista Martin Röösli, autor da pesquisa. Se você mora em regiões barulhentas, o jeito é investir em janelas e portas que limitam o ruído externo.

Ar poluído
Em uma cidade poluída, partículas tóxicas muito finas chegam à corrente sanguínea e podem causar problemas ao organismo. Sabemos que mais de 40% das mortes por doença cardiovascular têm como uma de suas origens o ar que respiramos”, calcula a médica Evangelina Vormitagg, diretora do Instituto Saúde e Sustentabilidade, em São Paulo. Por isso é cada vez mais importante cobrar das autoridades mais ações para combater a poluição do ar e adotar meios menos poluidores de transporte.

Mudança climática
“Uma redução de 3 graus na temperatura aumenta em até 30% as internações por insuficiência cardíaca ou infarto”, calcula o cardiologista Eduardo Pesaro, do Hospital Israelita Albert Einstein, que tabulou dados de 130 mil hospitalizações que ocorreram na capital paulista na transição do verão para o outono. Quando faz calor, sobe o risco de desidratação e há uma tendência de a pressão arterial cair demais. Por isso é bom sempre conversar com um cardiologista para saber como combater esses efeitos prejudiciais à saúde.

Pré-eclâmpsia
Mulheres podem ter pré-eclâmpsia, ou aumento da pressão arterial, durante a gravidez. Uma pesquisa da Universidade Harvard aponta que esse quadro pode perdurar mesmo depois de o bebê nascer. “A chave está no diagnóstico precoce da pré-eclâmpsia para iniciar o tratamento que minimiza seus desdobramentos”, conta Fernando da Costa, da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp).

Nascer prematuro
Um estudo da Universidade do Arkansas revela que a taxa de problemas cardíacos é mais alta nas pessoas que nasceram antes de completar 37 semanas de gestação. “Esses recém-nascidos ganham peso rapidamente nas primeiras semanas, o que abre alas para o descontrole de colesterol e diabetes”, afirma o cardiologista Jawahar Mehta, autor do trabalho. A recomendação é acompanhar os bebês prematuros para evitar o excesso de peso desde cedo.

Má higiene bucal
Existe uma conexão entre a boca e o coração, e uma pesquisa da Universidade Nacional de Seul mostra que escovar os dentes uma vez ao dia já ajuda a baixar o risco de infarto e AVC em 9%, enquanto fazer uma consulta com o dentista a cada 12 meses está associado a uma redução de 14%. “Inflamações na gengiva e o acúmulo de bactérias na boca repercutem no corpo inteiro”, ressalta o periodontista Claudio Pannuti, da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo.

Descongestionante nasal
Alguns deles têm substâncias que contraem os vasos sanguíneos (pelo corpo todo). É aí que mora o perigo. “O princípio ativo não se limita às vias aéreas: ele é absorvido e, em grandes quantidades, provoca espasmos nas artérias”, alerta o médico Luiz Antonio Machado, da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Por isso, só use esse medicamento com aval de seu médico.

Flora intestinal desregulada
Algumas das bactérias que vivem em nosso intestino estão ligadas ao aumento do colesterol circulante. “Em 2018, foram publicadas 101 pesquisas sobre a relação entre a microbiota e o coração. Só até abril de 2019, já saíram outros 45 artigos”, aponta o médico Dan Waitzberg, do Ganep Nutrição Humana. Ou seja, uma dieta saudável e variada faz bem também para o coração.

Vírus do HPV e da gripe
Um estudo feito na Universidade Sungkyunkwan, na Coreia do Sul, descobriu que as mulheres infectadas pelo HPV também estão mais sujeitas a doenças cardiovasculares e têm risco 22% de sofrer um infarto ou AVC. Já influenza, vírus da gripe, causa uma descompensação cardíaca. A saída é evitar essas doenças tomando suas vacinas.

Dormir mal
Não descansar bem é um gatilho para o estresse e a ansiedade, que causam danos aos vasos e ao músculo cardíaco. Quem dorme mal, por exemplo, tem mais risco de desenvolver hipertensão –e a apneia do sono pode piorar o quadro. Ao perceber algum desses problemas, procure um médico para começar a tratá-los.

Doenças autoimunes
São aquelas em que o sistema imunológico começa a atacar órgãos e tecidos, como artrite reumatoide, lúpus, hipotireodismo e a retocolite ulcerativa. “Elas estão relacionadas a um aumento da inflamação, que também vai lesar as paredes dos vasos sanguíneos e contribuir para a formação de trombos e coágulos”, aponta a médica Emília Inoue Sato, da Sociedade Brasileira de Reumatologia. A solução é manter a doença sob controle, o que acalma as inflamação –e não abusar dos corticoides.

Pré-diabetes
Já existem evidências que essa condição também aumenta o risco de infarto e de AVC. “Em geral, são pacientes que, além do pré-diabetes, trazem outros fatores de risco em conjunto, como excesso de peso, gordura abdominal e hipertensão”, explica o cardiologista Fernando da Costa. Mudar o estilo de vida é uma das maneiras de reverter essa tendência.

Depressão
Estudos apontam que pessoas com depressão têm níveis mais elevados de cortisol, o hormônio do estresse, que prejudica os vasos sanguíneos. “Ela aumenta fatores inflamatórios, mexe com a microbiota intestinal e está relacionada com menos cuidados e hábitos nada saudáveis, como o consumo de alimentos ruins e o uso de álcool e outras drogas”, lista o cardiologista Mauricio Wajngarten, da Faculdade de Medicina da USP. Nesse caso, a melhor saída é buscar o auxílio de um psicólogo ou de um psiquiatra para controlar o quadro.

FONTE: Viva a Longevidade

Fonte: Flowing