Se você tem filhos, então muito provavelmente já se questionou sobre os limites na disponibilização de celulares, tablets, computadores e até a televisão para eles, não é mesmo? Afinal, não é novidade para ninguém que o uso excessivo de telas na infância é prejudicial.
Acontece que, muitas vezes, para conseguir realizar algumas atividades em casa, pais e mães acabam cedendo e liberando as telas às crianças, sem imaginar, no entanto, os riscos que essa prática pode trazer.
Nesse sentido, resolvemos listar os prejuízos do uso excessivo de telas na infância e trazer algumas alternativas para limitá-lo que podem funcionar na sua casa. Boa leitura!
Antes de falarmos sobre os riscos do uso excessivo de telas na infância, é preciso entender o que seria esse excesso, não é mesmo? Isso porque o conceito pode muitas vezes ser vago e ficar subentendido.
Assim, segundo recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP):
Portanto, esses são os limites do uso de telas na infância. A partir disso, fica mais fácil compreender que o uso excessivo é aquele que ultrapassa essas recomendações, certo?
Ainda que seja tentador liberar as telas para as crianças – inclusive, muitas vezes essa pode parecer a única opção, você verá que os riscos dessa prática não compensam.
A fase até os 5 anos é crucial para o desenvolvimento do cérebro de todo indivíduo. Isso porque, até essa idade, o cérebro se desenvolve rapidamente, com a grande proliferação de neurônios e conexões entre eles.
Quando uma criança muito pequena é exposta às telas, ela desacelera esse desenvolvimento e prejudica, portanto, a aquisição de habilidades motoras e cognitivas.
Isso acontece pois, diferentemente das brincadeiras, que trabalham diversos aspectos na criança e a interação, o consumo de telas é apenas uma distração passiva.
Assim, a criança poderá sofrer com atraso na fala, distúrbio de aprendizado, dificuldades na comunicação e interação social, dificuldades na coordenação motora, etc.
Outro prejuízo do uso excessivo de telas na infância é a desregulação do sono, e isso acontece por dois principais motivos.
O primeiro é que, uma criança que possui acesso a uma tela, possivelmente tentará lutar contra o sono para assistir a desenhos ou jogar games, por exemplo.
Além disso, a luz que as telas emitem prejudica a percepção do cérebro na hora de distinguir o dia e a noite. Inclusive, isso acontece com os próprios adultos. Com isso, dificilmente o sono virá na hora em que deve vir, o que prejudica a qualidade desse.
Pensando especialmente nas crianças mais velhas, o risco do sedentarismo e da obesidade infantil aumenta com o uso excessivo de telas.
Isso acontece, pois, as crianças que passam mais tempo diante da televisão, do celular e do tablet, deixam de praticar atividades físicas, o que contribui para o ganho de peso.
Convém destacar que, junto à obesidade, pode haver também outros desequilíbrios no organismo, como a diabetes e a hipertensão precoce.
Não é apenas nos adultos que o uso excessivo de telas desencadeia questões emocionais, em crianças também!
Sim, essa exposição pode desencadear a ansiedade e a depressão, além de outros transtornos tão graves quanto esses.
Diante de tantos prejuízos, prova-se que é cada vez mais necessário que os pais, mães e cuidadores intervenham e limitem o uso de telas na infância. Afinal, os riscos são realmente graves e acentuados.
Como sabemos que não é uma questão tão simples de se resolver, principalmente se na sua casa já é um hábito o consumo de tela pelos seus filhos, listamos algumas dicas que podem te ajudar no processo. Veja só!
A limitação do uso de telas passa pela sua conduta dentro de casa! Sim, é necessário que você, enquanto adulto, seja exemplar e um espelho para os seus filhos.
Isso significa que é necessário evitar os eletrônicos quando estiver perto das crianças. Por isso, procure passar mais tempo com a família sem usar o celular e dar a atenção necessária aos filhos nos momentos em que estiverem juntos.
Lembre-se que as ações valem mais do que as palavras!
Se o seu filho já se enquadrar em uma das faixas etárias em que é liberado o uso das telas, então é necessário estabelecer regras e limites para o uso.
Nesse sentido, você pode:
Definir e cumprir com essas regras é essencial. Por isso, procure não abrir exceção e, caso a criança se demonstre resistente a segui-las, converse abertamente sobre as consequências que o uso de dispositivos pode ocasionar na vida delas.
Além de definir as regras, é muito importante que você esteja perto do seu filho enquanto ele consome as telas, ou seja, que você monitore esse uso.
Essa mediação é muito importante para evitar outras consequências do uso de celulares, como cyberbullying, abuso online, consumo de conteúdos inapropriados, etc.
Portanto, nunca deixe a criança ir para dentro do quarto sozinha com o dispositivo móvel, por exemplo. Além disso, de tempos em tempos, verifique as mensagens e os aplicativos instalados no celular, tablet ou computador.
Esse monitoramento é crucial para resguardar o seu filho de situações perigosas.
E aqui vai mais uma dica extremamente necessária: você precisa estimular atividades e brincadeiras sem o uso das telas. Essa é uma forma de propor outras opções para entreter e desenvolver a criança para além do simples uso do celular.
Dessa forma, pense em atividades lúdicas que possam estimular a atenção e a concentração. Bons exemplos são os jogos de memória, jogos de tabuleiro, quebra-cabeças, leitura de livros, música, pintura, etc.
Nesse processo, também vale pensar em atividades que conectem a criança com a natureza, incluindo aquelas de relaxamento e meditação.
No início pode parecer desafiador e a criança pode até se recusar, mas é preciso ter paciência e persistir até que ela reconheça que aquela atividade pode ser tão ou mais prazerosa do que simplesmente assistir a desenhos ou jogar no celular.
Portanto, é muito importante que você, adulto, se empenhe nesse processo para conseguir êxito e afastar os riscos do uso excessivo de telas na vida do seu filho.
Fonte: texto retirado do blog Psicólogos São Paulo
Link: https://www.psicologossaopaulo.com.br/blog/uso-excessivo-telas-criancas/
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