• 12 outubro, 2024

Uso excessivo de telas na infância: quais os riscos e como limitar?

Se você tem filhos, então muito provavelmente já se questionou sobre os limites na disponibilização de celulares, tablets, computadores e até a televisão para eles, não é mesmo? Afinal, não é novidade para ninguém que o uso excessivo de telas na infância é prejudicial.

Acontece que, muitas vezes, para conseguir realizar algumas atividades em casa, pais e mães acabam cedendo e liberando as telas às crianças, sem imaginar, no entanto, os riscos que essa prática pode trazer.

Nesse sentido, resolvemos listar os prejuízos do uso excessivo de telas na infância e trazer algumas alternativas para limitá-lo que podem funcionar na sua casa. Boa leitura!

Qual é o tempo de tela recomendado para as crianças?

Antes de falarmos sobre os riscos do uso excessivo de telas na infância, é preciso entender o que seria esse excesso, não é mesmo? Isso porque o conceito pode muitas vezes ser vago e ficar subentendido.

Assim, segundo recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP):

  • Menores de 2 anos não devem ter qualquer tipo de contato com as telas.
  • Crianças de 2 a 5 anos de idade podem usar as telas por até uma hora por dia.
  • Crianças de 6 a 10 de idade podem usar as telas de uma a duas horas por dia.

Portanto, esses são os limites do uso de telas na infância. A partir disso, fica mais fácil compreender que o uso excessivo é aquele que ultrapassa essas recomendações, certo?

Quais são os riscos do uso excessivo de telas na infância?

Ainda que seja tentador liberar as telas para as crianças – inclusive, muitas vezes essa pode parecer a única opção, você verá que os riscos dessa prática não compensam.

Prejudica o desenvolvimento do cérebro

A fase até os 5 anos é crucial para o desenvolvimento do cérebro de todo indivíduo. Isso porque, até essa idade, o cérebro se desenvolve rapidamente, com a grande proliferação de neurônios e conexões entre eles.

Quando uma criança muito pequena é exposta às telas, ela desacelera esse desenvolvimento e prejudica, portanto, a aquisição de habilidades motoras e cognitivas.

Isso acontece pois, diferentemente das brincadeiras, que trabalham diversos aspectos na criança e a interação, o consumo de telas é apenas uma distração passiva.

Assim, a criança poderá sofrer com atraso na fala, distúrbio de aprendizado, dificuldades na comunicação e interação social, dificuldades na coordenação motora, etc.

Desregula o sono

Outro prejuízo do uso excessivo de telas na infância é a desregulação do sono, e isso acontece por dois principais motivos.

O primeiro é que, uma criança que possui acesso a uma tela, possivelmente tentará lutar contra o sono para assistir a desenhos ou jogar games, por exemplo.

Além disso, a luz que as telas emitem prejudica a percepção do cérebro na hora de distinguir o dia e a noite. Inclusive, isso acontece com os próprios adultos. Com isso, dificilmente o sono virá na hora em que deve vir, o que prejudica a qualidade desse.

Aumenta o sedentarismo e a obesidade

Pensando especialmente nas crianças mais velhas, o risco do sedentarismo e da obesidade infantil aumenta com o uso excessivo de telas.

Isso acontece, pois, as crianças que passam mais tempo diante da televisão, do celular e do tablet, deixam de praticar atividades físicas, o que contribui para o ganho de peso.

Convém destacar que, junto à obesidade, pode haver também outros desequilíbrios no organismo, como a diabetes e a hipertensão precoce.

Desenvolve problemas emocionais

Não é apenas nos adultos que o uso excessivo de telas desencadeia questões emocionais, em crianças também!

Sim, essa exposição pode desencadear a ansiedade e a depressão, além de outros transtornos tão graves quanto esses.

Afinal, como limitar o uso de telas?

Diante de tantos prejuízos, prova-se que é cada vez mais necessário que os pais, mães e cuidadores intervenham e limitem o uso de telas na infância. Afinal, os riscos são realmente graves e acentuados.

Como sabemos que não é uma questão tão simples de se resolver, principalmente se na sua casa já é um hábito o consumo de tela pelos seus filhos, listamos algumas dicas que podem te ajudar no processo. Veja só!

Dê o exemplo

A limitação do uso de telas passa pela sua conduta dentro de casa! Sim, é necessário que você, enquanto adulto, seja exemplar e um espelho para os seus filhos.

Isso significa que é necessário evitar os eletrônicos quando estiver perto das crianças. Por isso, procure passar mais tempo com a família sem usar o celular e dar a atenção necessária aos filhos nos momentos em que estiverem juntos.

Lembre-se que as ações valem mais do que as palavras!

Estabeleça regras de uso

Se o seu filho já se enquadrar em uma das faixas etárias em que é liberado o uso das telas, então é necessário estabelecer regras e limites para o uso.

Nesse sentido, você pode:

  • Definir os dias específicos para uso das telas;
  • Proibir o uso das telas no mínimo duas horas antes de dormir;
  • Proibir o uso das telas durante as refeições;
  • Entre outras.

Definir e cumprir com essas regras é essencial. Por isso, procure não abrir exceção e, caso a criança se demonstre resistente a segui-las, converse abertamente sobre as consequências que o uso de dispositivos pode ocasionar na vida delas.

Esteja sempre por perto durante o uso das telas

Além de definir as regras, é muito importante que você esteja perto do seu filho enquanto ele consome as telas, ou seja, que você monitore esse uso.

Essa mediação é muito importante para evitar outras consequências do uso de celulares, como cyberbullying, abuso online, consumo de conteúdos inapropriados, etc.

Portanto, nunca deixe a criança ir para dentro do quarto sozinha com o dispositivo móvel, por exemplo. Além disso, de tempos em tempos, verifique as mensagens e os aplicativos instalados no celular, tablet ou computador.

Esse monitoramento é crucial para resguardar o seu filho de situações perigosas.

Estimule as atividades e brincadeiras sem telas

E aqui vai mais uma dica extremamente necessária: você precisa estimular atividades e brincadeiras sem o uso das telas. Essa é uma forma de propor outras opções para entreter e desenvolver a criança para além do simples uso do celular.

Dessa forma, pense em atividades lúdicas que possam estimular a atenção e a concentração. Bons exemplos são os jogos de memória, jogos de tabuleiro, quebra-cabeças, leitura de livros, música, pintura, etc.

Nesse processo, também vale pensar em atividades que conectem a criança com a natureza, incluindo aquelas de relaxamento e meditação.

No início pode parecer desafiador e a criança pode até se recusar, mas é preciso ter paciência e persistir até que ela reconheça que aquela atividade pode ser tão ou mais prazerosa do que simplesmente assistir a desenhos ou jogar no celular.

Portanto, é muito importante que você, adulto, se empenhe nesse processo para conseguir êxito e afastar os riscos do uso excessivo de telas na vida do seu filho.

Fonte: texto retirado do blog Psicólogos São Paulo
Link: https://www.psicologossaopaulo.com.br/blog/uso-excessivo-telas-criancas/

Fonte: Flowing