• 3 setembro, 2024

Setembro Verde: O Que Você Deve Saber Sobre Doação de Órgãos

Doar órgãos é um ato de amor e solidariedade, que salva vida!

O que é doação de órgãos?

Algumas doenças em algumas pessoas chegam a um ponto em que um ou mais de seus órgãos deixam de funcionar. Antigamente essas pessoas morriam inevitavelmente. Hoje em dia, para algumas delas existe a opção de receber um transplante de órgãos, isto é, receber um órgão ou uma parte de um órgão (chamada tecido) de outra pessoa viva ou morta. Doação é o ato de dar, em vida ou após a morte, uma parte de seu corpo para salvar a vida ou melhorar a saúde do outro.

A doação é um princípio de imensa solidariedade que faz bem para a sociedade como um todo. Através dos transplantes pode-se ajudar diversas pessoas que estão em situação de doença e encontram-se em um angustiante estado de espera por um órgão ou tecido essencial para o funcionamento do seu corpo.

Quando pode ocorrer a doação?

A doação de alguns órgãos ou tecidos pode ocorrer em vida (doador vivo) sem que isso afete a saúde do doador. Outros órgãos ou tecidos somente podem ser doados após a morte (doador falecido). Pela lei brasileira a doação de órgãos de doador falecido só é permitida em uma situação chamada Morte Encefálica. A doação de alguns tecidos, porém podem acontecer após aquilo que chamamos de morte de coração parado.

O que é morte encefálica?

A morte encefálica é a morte do cérebro (encéfalo), de todas as suas partes, incluindo o tronco cerebral que é a parte do encéfalo que controla a respiração, os batimentos cardíacos e a temperatura do corpo. Quando existe morte do encéfalo, a parada do coração e de todos os órgãos é inevitável depois de algum tempo. As funções do corpo só conseguem ser mantidas temporariamente de modo artificial pelos equipamentos existentes em uma UTI. O paciente com morte cerebral não pode respirar sem os aparelhos e o coração não baterá por mais de algumas poucas horas. Por isso, a morte encefálica já caracteriza a morte do indivíduo, tanto para os médicos como para a lei.

Como saber quando alguém está em morte encefálica?

Para caracterizar a morte encefálica do ponto de vista médico e legal são necessários vários passos (um protocolo). Esse protocolo é estabelecido por lei, e são realizados vários exames do doente por ao menos 2 médicos e além de um exame de documentação da morte, chamado exame complementar.

Quando a morte encefálica é constatada, ela deverá ser notificada à Central de Transplantes, que é um órgão do Governo do Estado para registro e acompanhamento legal da situação, até a confirmação do diagnóstico e a possível doação dos órgãos e tecidos para transplantes.

Quais órgãos e tecidos podem ser doados?

Pulmão, pâncreas, vasos sangüíneos, ossos, intestino, ossículos do ouvido, pele, coração, válvulas cardíacas, córneas, medula óssea, fígado, rins, tendões e meninges.

Sobre o destino dos órgãos doados

Qualquer pessoa que precise de transplante tem o direito de ser atendida pelo Sistema Único de Saúde e de ser respeitada e tratada em suas condições. O Direito à Saúde é garantido pela Constituição Federal e não deve, de forma alguma, ser negado.

A Central de Transplantes do Estado acompanha todos os processos de doação de órgãos e tecidos que serão distribuídos. As equipes médicas de transplantes credenciadas inscrevem os pacientes de cada órgão em uma lista única no país que é gerenciada pela Central de Transplantes. As listas de espera por órgãos e tecidos são rigorosamente seguidas, garantindo ao cidadão o seu direito como receptor de órgãos. Além do tempo de espera na lista, existem outros fatores que definem para qual receptor irá cada órgão doado. Os outros fatores que definem a ordem da lista de espera são a gravidade de cada paciente e a compatibilidade do órgão com o paciente (em tamanho, idade e fatores imunológicos). As centrais de transplantes em todos os estados do Brasil controlam todo este processo, desde a confirmação da morte encefálica no doador, passando pela cirurgia de retirada dos órgãos, até a definição do receptor que receberá o órgão doado. Assim, as centrais de transplantes controlam o destino de todos os órgãos doados e retirados. Por isso, no momento da doação não se sabe ainda para quem irão os órgãos. A família do doador não pode escolher quem será o receptor dos órgãos doados. Essa escolha é feita pela Central de Transplantes através do sistema informatizado que gerencia as listas de receptores. Só se ficará sabendo quais os receptores dos órgãos após os exames e avaliações comentados acima. A doação segue a legislação brasileira e o processo é seguro, transparente e confiável. Todos os registros das doações e transplantes ficam guardados por 20 anos para verificações que sejam necessárias ao tratamento do doador ou do receptor.

Quem pode ser doador de órgãos e como fazer para isso

Pode ser doador qualquer pessoa que venha a morrer por morte encefálica e em que sua família autorize a doação dos órgãos ou tecidos. Apenas algumas poucas doenças, como alguns tipos de câncer e o HIV impedem a doação. Para doar tecidos, além da morte encefálica o doador pode ter tido morte com coração parado.

O passo principal para você se tornar um doador é conversar com a sua família e deixar bem claro o seu desejo. Não é obrigatório deixar nada por escrito. Porém, os familiares devem se comprometer a autorizar a doação de seus órgãos após a sua morte e, aí sim, será por escrito! Os familiares que podem autorizar a doação são os pais, filhos, avós, netos, irmãos e cônjuge (ou companheiro em união estável).

Sobre doação em vida A doação de órgãos entre vivos é permitida no Brasil entre parentes de até quarto grau ou cônjuge. O candidato a doação deverá ter uma avaliação detalhada pelo seu médico. Ele deve estar em perfeitas condições de saúde para doar.

Alguns fatores são importantíssimos para a doação. Um bom exemplo é a compatibilidade sangüínea, que é primordial para a doação de órgãos entre vivos. Há também testes especiais para selecionar o doador que apresenta maior chance de sucesso entre os parentes investigados.

A doação em vida pode ser de um órgão duplo como o rim ou uma parte de um órgão, como o fígado, o pâncreas ou pulmão. Ou ainda, de um tecido como a medula óssea. A doação entre vivos só acontece se não representar NENHUM problema de saúde para a pessoa que doa. A Lei Brasileira sobre transplantes não permite que a doação afete de maneira grave a qualidade de vida do doador. A pessoa que está disponibilizando-se para ser doadora deve ter até o 4° grau de parentesco com o receptor e estar ciente de todas as implicações da transplantação.

Fonte: texto retirado da Secretaria de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul
Link: https://saude.rs.gov.br/upload/arquivos/carga20190946/11144611-cartilha-do-doador.pdf

Fonte: Flowing