• 21 janeiro, 2020

Como você vai planejar a nova aposentadoria

As regras da Previdência mudaram, e isso pode afetar o planejamento de quem está na ativa hoje


Em 2019, muita gente começou a dar uma atenção especial ao tema da aposentadoria. Afinal, as novidades trazidas pela reforma da Previdência realizada naquele ano podem mudar (e bastante) o planejamento de quem ainda está na ativa.

As novas regras não afetam quem já pode se aposentar hoje. As maiores mudanças valem para quem está entrando no mercado de trabalho (saiba quais são as principais no quadro abaixo).

As maiores mudanças valem para quem está entrando no mercado de trabalho
As maiores mudanças valem para quem está entrando no mercado de trabalho

Para quem já tem alguns anos de vida profissional, existem regras de transição, que variam de acordo com o tipo de trabalho exercido (no setor privado, em escolas, servidores públicos e militares) e são mais generosas para quem está perto da aposentadoria.

“Duas mudanças foram muito importantes: a criação da idade mínima para se aposentar e o novo cálculo do valor do benefício, que puxa a média para baixo”, ressalta Mara Luquet, jornalista especializada em finanças e embaixadora do Viva a Longevidade.

“Para ter direito a 100% do valor, as pessoas vão precisar trabalhar por mais tempo. Quem está começando agora tem que tentar contribuir sempre pelo máximo e tentar não parar.” – Francis Hesse

Isso significa que nenhum homem poderá se aposentar antes dos 65 anos — para as mulheres, a idade mínima é de 62 anos. E que o cálculo do valor do benefício passará a ser feito sobre 100% das contribuições à Previdência realizadas ao longo da vida, e não sobre as 80% maiores, como era antes.

O valor da aposentadoria, portanto, será menor do que o esperado até a reforma da Previdência ser aprovada. E vai variar de acordo com o tempo de contribuição. Quem contribuir durante 15 (mulheres) ou 20 anos (homens) vai se aposentar recebendo 60% da média de todas as contribuições feitas. Depois disso, a cada ano trabalhado, recebem-se 2% a mais.

“Para ter direito a 100% do valor, as pessoas vão precisar trabalhar por mais tempo”, completa o economista e planejador financeiro Francis Hesse. Para quem atua no setor privado, isso significa contribuir para a Previdência durante 40 anos (se for homem) ou 35 anos (para as mulheres). “Quem está começando agora tem que tentar contribuir sempre pelo máximo e tentar não parar”, diz Hesse.

E quem nunca contribuiu?

A resposta dos especialistas é unânime: comece agora. “Independentemente da idade, o passado é somente histórico; o presente e o futuro importam muito mais”, afirma Almir Ferreira de Souza, coordenador da FIA (Fundação Instituto de Administração) e autor do livro “Aprenda a Administrar o Próprio Dinheiro”. “As contas da família devem ser muito rigorosas, para que esse percentual seja o maior possível enquanto a pessoa estiver em sua fase mais produtiva da vida.”   

Segundo Hesse, o ideal é destinar a seguinte proporção do salário para a aposentadoria:

  • Entre os 20 e os 30 anos, de 15 a 20% do salário.
  • Com 40 anos, poupe 30% do salário.
  • A partir dos 50, é preciso guardar de 40 a 50% do salário.

Nem tudo precisa ir para a Previdência, completa Luquet. “O primeiro plano é contribuir com a previdência oficial; o segundo, ter uma previdência privada; e o terceiro é ter algum investimento ao longo da vida. Quanto mais jovem você for, mais riscos poderá assumir, e, com isso, poderá ganhar mais dinheiro. Quem é mais velho precisa aportar mais recursos e ser mais conservador.”

“O primeiro plano é contribuir com a previdência oficial; o segundo, ter uma previdência privada; e o terceiro é ter algum investimento ao longo da vida.” – Mara Luquet

O planejamento para a aposentadoria também deve contemplar qual será o seu estilo de vida na velhice e quais serão as suas maiores despesas. Nessa fase da vida, muita gente acaba gastando menos com a casa, porque prefere morar em lugares menores, especialmente quem tem filhos.

Mas é preciso lembrar que os gastos com saúde aumentam, o que pode representar até 40% da renda dos aposentados, aponta Hesse. “Antes de mais nada, pergunte-se qual é o estilo de vida que você quer levar. Tem quem queira se mudar para o interior, tem quem queira viajar, fazer curso, ir à academia”, lista. “Quem é casado precisa combinar o jogo, para todos pouparem de acordo com os planos.”

Infográfico: Como a reforma da Previdência afeta a aposentadoria de quem atua no setor privado

FONTE: Viva a Longevidade

Fonte: Flowing