• 15 março, 2018

Como saber se um fundo multimercado é bom para você

Basicamente, para saber se um fundo multimercado é bom você precisa ter uma ideia de quanto você pode ganhar com ele e também de quanto você pode perder.

Antes de qualquer coisa, é preciso saber que esse tipo de fundo nunca tem um risco baixo como a poupança ou o Tesouro Selic, por exemplo. Os fundos multimercado têm certa volatilidade. Às vezes sobem, às vezes caem.

É verdade alguns deles têm uma volatilidade muito baixa, como o Modal Institucional. Este nunca teve uma rentabilidade mensal negativa desde que foi criado, em 2004.

Mesmo assim, eu não aplicaria em um fundo multimercado um dinheiro que já está comprometido a curto prazo ou que eu separei para emergência. Para isso, prefiro Tesouro Selic, que seguramente não terá rentabilidade negativa.

Os fundos multimercado normalmente são melhores para colocar aquela parte do seu dinheiro que você não vai precisar resgatar tão cedo.

Abaixo, os três principais aspectos que você precisa analisar.

  1. Rentabilidade: quanto você pode ganhar

Esse é o indicador que todo mundo busca. Toda hora eu ouço perguntas como:

  • Qual fundo está rendendo mais?
  • Este fundo está rendendo bem?
  • Etc…

Claro, quem não quer uma boa rentabilidade?

Mas existem dois problemas com esse tipo de pergunta. Primeiro, que quando uma pessoa fala que um investimento “está rendendo bem”, ela normalmente quer dizer que ele rendeu bastante nos últimos meses ou anos. E nada garante que vai continuar nesse ritmo.

Em segundo lugar, a rentabilidade, se não estiver sendo comparada, não significa muita coisa. Um fundo rendeu bastante em relação a quê? Em relação a outro fundo? Ao CDI? Ao Ibovespa?

Outra possibilidade é comparar com o Ibovespa, o principal índice de ações do Brasil. Quem investiu nesse fundo há 36 meses, ficou com rentabilidade acima do Ibovespa durante praticamente todo esse período, conforme o gráfico abaixo.

Portanto, para quem está investiu a longo prazo, a rentabilidade desse fundo foi boa em comparação com esses dois indicadores.

2. Risco: Quanto você pode perder

Esse mesmo fundo que foi tão bem em comparação com o Ibovespa e com o CDI, teve também algumas quedas significativas.

Um bom indicador para você ver isso é o chamado drawdown

O drawdown mostra o acumulado de prejuízos  que um fundo teve em determinados momentos e quanto tempo levou para se recuperar. No caso do fundo analisado, no dia 23 de setembro de 2015 ele acumulou uma queda de 13,39%, em comparação com o dia 30 de janeiro de daquele ano.

É aí que você deve se perguntar: você aguentaria passar nove meses com rentabilidade negativa? Olhando hoje, já sabemos que depois o fundo se recuperou. Mas no meio do furacão, as pessoas não sabiam até quanto o fundo iria cair e nem por quanto tempo. Diante disso, o que você faria?

Ou melhor, se você aplicar nesse fundo hoje, e ele começar a cair no próximo mês, e depois no mês seguinte, e depois no outro, e assim por nove meses. O que você faria? Será que você manteria o dinheiro aplicado?

Se você acredita que retiraria o dinheiro do fundo caso ele tivesse rentabilidade negativa por um período de nove meses, então provavelmente você não se daria bem com esse fundo. Só serviria para você se estressar e perder algumas noites de sono.

Além do gráfico de drawdown, vale a pena ver o histórico de rentabilidade mensal.

Existem também outros indicadores de risco e retorno, sobre os quais falarei nas próximas semanas.

Por enquanto, a lição que eu queria deixar é: antes de aplicar em um fundo, não olhe somente a rentabilidade. Descubra se você está disposto a correr o risco que o fundo oferece.

FONTE: Dinheiro pra Viver

Fonte: Flowing