• 1 setembro, 2017

Automedicação

Diga não à automedicação!

Você usa remédios por conta própria? A origem da falta de indicação médica

 

Antes de dizer não, faça um exercício de memória. Aquele analgésico ao qual você recorre diante de qualquer dor e ainda recomenda para toda a família foi indicado por um médico? Quem desconhece essa resposta utiliza, sim, medicamentos por conta própria ou por indicação de pessoas não habilitadas. O problema reside no fato de que um leigo não pode saber se um remédio serve mesmo para qualquer queixa, de qualquer pessoa, e, pior, não pode prever os efeitos que ele ocasiona quando usado sistematicamente.

O certo é receber a orientação de um médico, no momento do sintoma, sem recorrer a prescrições do passado. Para continuar no exemplo dos analgésicos, sempre existe a possibilidade de uma dor ser a manifestação de um distúrbio maior, que aquele medicamento não vai combater, mas só esconder, enquanto o problema cresce insidiosamente. Olha o perigo…

A origem da falta de indicação médica

Estudos divulgados pelo Ministério da Saúde apontam que 35% dos fármacos vendidos no País não contam com prescrição. Em parte, isso decorre do fato de uma parcela significativa da população não ter acesso fácil a serviços médicos e, por consequência, buscar ajuda no balcão da farmácia. Mas existem outros motivos.

Há pesquisas que demonstram que os indivíduos se automedicam por acharem que seu problema não tem importância, razão pela qual procuram a orientação de parentes e amigos que apresentaram a mesma condição. Deve-se ainda considerar o papel da propaganda, que não raro induz o consumidor a levar para casa uma medicação não indicada para o seu caso.

A cereja no bolo atende pelo nome de farmácia caseira. As pessoas tendem a guardar todos os remédios que sobram após diferentes tratamentos e os utilizam diante de sintomas “parecidos”. Uma pesquisa feita em algumas cidades brasileiras revelou que quase 100% das residências mantêm essa farmacinha, com número de medicamentos variando entre 1 e 89 itens. Um convite irresistível à automedicação.

Os campeões da automedicação

Os analgésicos são mesmo os remédios mais tomados sem orientação médica, seguidos pelos antitérmicos, contra febre, e pelos anti-inflamatórios. Numa sociedade em que, de um lado, a obesidade aumenta e, de outro, valoriza-se sobremaneira a beleza corporal, outra categoria que figura nesse ranking é a dos medicamentos para emagrecer. Ainda no quesito do culto ao corpo, atletas e praticantes de atividade física exageram nos suplementos alimentares e anabolizantes.

Não dá para deixar de mencionar o uso abusivo de tranquilizantes e remédios para induzir o sono, que só se avoluma em face do estresse e da ansiedade dos dias atuais. Por sua vez, a má qualidade do ar das grandes cidades aumenta a predisposição a infecções respiratórias e alergias, levando ao abuso de descongestionantes nasais e antialérgicos. Mais recentemente, homens jovens vêm utilizando remédios para distúrbios de ereção com o objetivo – completamente inadvertido – de melhorar seu desempenho sexual.

Uma prática cheia de riscos

Se até os medicamentos prescritos causam reações adversas, imagine os efeitos de longo prazo dos fármacos tomados sem o sinal verde e o acompanhamento de um profissional capacitado. Mal indicados, os remédios podem agravar doenças, mascarar sintomas, provocar efeitos colaterais danosos ou, no mínimo, só servir para você gastar seu precioso dinheiro. Como se não bastasse, existe um risco grande de intoxicação proveniente da automedicação e da utilização indistinta de medicações, mesmo as feitas à base de plantas. Para ter uma ideia, dentre as causas de intoxicação registradas no Brasil, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os medicamentos ocupam o primeiro lugar, ultrapassando produtos de limpeza, agrotóxicos e alimentos estragados. Antes de tomar aquele xarope, não é melhor procurar um médico?

Indicações contra intoxicação

Aumentar a dose de um medicamento por conta própria também é automedicação, com possibilidade significativa de intoxicação. Se você não tem muita certeza se tomou ou administrou a última dose de um medicamento, é melhor esperar o próximo horário do que correr o risco de dobrar a dose. Na dúvida, sempre consulte seu médico. Vale lembrar que drágeas, comprimidos, xaropes e soluções podem se transformar num coquetel perigoso nas mãos das crianças, sobretudo as menores. Se for preciso manter algumas medicações em casa, guarde-as fora do alcance dos pequenos. O descarte de remédios, vencidos ou não, deve ser responsável, já que, se não forem separados corretamente, podem ser encontrados intactos e usados inadvertidamente. Algumas farmácias e supermercados mantêm postos de coleta, bem como Unidades Básicas de Saúde. Procure utilizá-los.

FONTE: Juntos pela Saúde

Fonte: Flowing