Motivos não faltam para colocar o corpo em movimento durante a vida escolar
A prática de atividade física está entre os principais comportamentos para promover uma vida saudável, junto com a alimentação baseada nos alimentos in natura e minimamente processados. Além dos benefícios que você já conhece, como a contribuição para a manutenção do peso corporal saudável, a prevenção de doenças crônicas não transmissíveis e a melhora da saúde mental, a atividade física também oferece muitos benefícios para o desempenho escolar.
De acordo com Tailine Lisboa, doutora em Ciências do Movimento Humano e professora do curso de Educação Física do Centro Universitário Avantis (UNIAVAN), na primeira infância, a criança explora o mundo por meio dos movimentos. Então, para compreender a relação benéfica da atividade física com o desempenho escolar, é preciso considerar que esse comportamento promove diversas expressões de movimentos voluntários.
A primeira manifestação para a comunicação, a aprendizagem e a criatividade acontece utilizando expressões corporais por meio do lúdico e da atividade física. É por meio do movimento que a criança desenvolve não somente as suas habilidades motoras, a sua coordenação e o seu equilíbrio, mas também o seu lado social e a sua capacidade cognitiva – que se dá por meio das ligações neurais que a prática de atividade física é capaz de promover.
“Quando pensamos em aspectos neurocognitivos, como a memória, é por meios das atividades motoras que ocorrem novas e significativas ligações neurais. A abordagem psicomotora já aponta que os componentes da motricidade (conjunto de funções neurais e musculares que permite os movimentos voluntários ou automáticos do corpo) compartilham de áreas cerebrais comuns. Isso vai permitir que a criança transfira conhecimentos e habilidades adquiridas por meio da atividade física para tarefas escolares”, explica a professora.
Levando essas mudanças para a sala de aula, é possível identificar na prática de que maneira as noções de corpo e a orientação de espaço promovidas pela atividade física podem impactar no processo de leitura e escrita das crianças durante a alfabetização. A professora traz como exemplo a dificuldade que os pequenos têm no reconhecimento de letras e de símbolos, dando destaque para o caso das letras “d” e “b”.
Tailine explica que, observando essas duas letras, percebe-se que a única diferença que elas têm é a direção de sua curvatura. Para identificar essas diferenças, a criança deve previamente apresentar uma estrutura neurocognitiva que domine a lateralidade (o domínio de um lado do corpo sobre o outro), noção de corpo e de orientação espaço temporal. A construção e o desenvolvimento desses elementos depende diretamente das atividades motoras exploradas.
De acordo com o Guia de Atividade Física para a População Brasileira, produzido pelo Ministério da Saúde, o comportamento sedentário envolve atividades realizadas quando você está acordado, na posição sentada, reclinada ou deitada e gastando pouca energia. Por exemplo: quando você está em uma dessas posições para usar celular, computador, tablet, videogame e assistir à televisão ou à aula, realizar trabalhos manuais, jogar cartas ou jogos de mesa, dentro do carro, do ônibus ou do metrô.
Diante disso, e, considerando que uma vida ativa melhora o desempenho escolar, a falta da atividade física tem um efeito oposto. Isso porque, ao deixar de realizar as atividades motoras, são restringidas as possibilidades de desenvolvimento integral do indivíduo. Além disso, a professora lembra que o uso excessivo dos dispositivos eletrônicos – tablets, computadores, celulares e televisão –, além de expor crianças a possíveis conteúdos inapropriados para a idade, traz prejuízos à visão, problemas posturais e de sono, fatores que também estão associados ao desempenho escolar.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as crianças devem evitar e reduzir o tempo em comportamento sedentário – em especial quando se trata de atividades em frente às telas. Recomenda-se que crianças de 5 a 10 anos de idade não devem ultrapassar o tempo de 2 horas em frente a dispositivos eletrônicos de tela. Mas, vale considerar ainda que o isolamento social, provocado pela pandemia, proporcionou um aumento desse comportamento sedentário, principalmente porque as aulas, que antes eram presenciais, passaram a acontecer diante das telas.
Mesmo quando for inevitável ficar tanto tempo conectado, existem estratégias para amenizar os efeitos prejudiciais desse comportamento. O Guia de Atividade Física recomenda que, quando possível, as crianças interrompam o tempo em comportamento sedentário, com estratégias como movimentar-se por 5 minutos a cada uma hora, e aproveitar para mudar de posição e ficar em pé, ir ao banheiro, beber água e alongar o corpo. São pequenas atitudes que podem ajudar a diminuir seu comportamento sedentário e melhorar sua qualidade de vida. Também é importante incentivar as crianças a fazerem atividades culturais e educativas, como pintura, desenho, jogos de encaixe, quebra-cabeças e contação de histórias com movimento.
Qualquer atividade física funciona?
Antes de iniciar a prática de uma atividade física, é necessário levar em consideração a identificação com a atividade e a satisfação pessoal que ela gera para o praticante. É assim que a pessoa vai se sentir motivada a continuar praticando, e com as crianças não é diferente. Dito isso, Tailine explica que o ideal é que se tenha a orientação de profissionais de educação física, que utilizam estratégias para favorecer o desenvolvimento neuromotor com base na modalidade que a criança se identifica.
“Pensando em potencializar a relação entre a atividade física e o desempenho escolar, eu sugiro dar prioridade para atividades que requerem tomada de decisões e atividades com dupla tarefa (ou seja, atividades que demandam a execução de mais de uma habilidade ao mesmo tempo). Isso porque já há evidências científicas que esses tipos de práticas motoras potencializam o desenvolvimento das funções executivas. As funções executivas são habilidade cognitivas necessárias para controlar nossos pensamentos, emoções e ações, como flexibilidade cognitiva, controle inibitório e memória operacional. Essas habilidades fornecem os componentes para o desempenho eficaz e independência para as atividades escolares”, finaliza a profissional.
Além do acompanhamento de profissionais de educação física e da utilização de atividades que potencializam o desenvolvimento das funções executivas, é importante aliar a atividade física ao sono de qualidade e à alimentação adequada e saudável. Esses três elementos, juntos, têm a capacidade de proporcionar um desempenho escolar mais eficaz.
Fonte: texto retirado do blog Ministério da Saúde
Link: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-me-exercitar/noticias/2022/qual-e-a-relacao-entre-a-atividade-fisica-e-o-desempenho-escolar
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