Há quanto tempo você não precisa memorizar um número de telefone, a lista de supermercados, o aniversário de um amigo ou a data da reunião de trabalho? O bloco de notas, a agenda digital e a lista de contatos se tornaram nossos maiores aliados, criando a chamada “memória externa”. No entanto, fica o questionamento: será que essa prática apenas otimiza o funcionamento do nosso cérebro ou traz também prejuízos para a nossa memória? E passar tanto tempo assim na frente das telonas e telinhas é saudável para o nosso cérebro?
Conhecido também como “Amnésia Digital”, esse efeito parte da premissa do “para que vou me esforçar para memorizar determinada informação, sendo que a qualquer momento posso obtê-la rapidamente através de uma pesquisa no Google?”. Nosso cérebro, mesmo que inconscientemente, pensa dessa forma, por isso temos mais dificuldade para absorver novas informações. Nosso cérebro simplesmente não se esforça para memorizar uma rota que fizemos em uma viagem usando o GPS, ou o endereço do novo restaurante que você anotou no bloco de notas.
A tecnologia também arruína a nossa memória através da criação de um estado de Atenção Parcial Contínua (APC), onde vivemos constantemente prestando atenção em diversas informações simultâneas, porém superficialmente. O melhor exemplo é o do navegador com diversas abas abertas. Ao pularmos de uma aba para outra, com rapidez, “acessamos” todas aquelas informações, mas não conseguimos memorizar, aprender ou internalizar nenhuma delas. Esse processo multitarefa persistente, característico da maioria dos usuários de tecnologia, prejudica o desempenho cognitivo.
Segundo pesquisas, as pessoas “dão uma olhadinha” em seus telefones cerca de 46 vezes por dia. E enquanto trabalham no computador, conseguem se concentrar apenas, em média, de 3 a 5 minutos antes de sentirem vontade de entrar em uma rede social ou aplicativos no telefone. Dessa forma, a mente fica também em uma batalha constante entre tentar se concentrar no trabalho e resistir a vontade de se distrair em outros sites, e o desempenho você já sabe, fica lá embaixo.
Esse mesmo processo pode ser observado nas crianças nascidas na era digital, prejudicando principalmente a sua aprendizagem. Já reparou que as crianças atualmente possuem muita facilidade para aprender sozinhas como mexer em um computador, celular ou videogame novo? Mas, ao mesmo tempo, são mais inquietas e possuem grande dificuldade para se concentrar em uma única atividade, deixando pais e professores de cabelo em pé na hora das tarefas escolares. Aprender requer principalmente atenção, e em um estado de Atenção Parcial Contínua, causada pelo uso excedente das tecnologias, todos os aspectos do aprendizado como o raciocínio, memória, resolução de problemas e criatividade entram em cheque.
Esteja sempre exercitando a sua memória. “Esqueça” o celular em casa na hora de fazer as compras, o que te estimula a memorizar os produtos da lista. O simples ato de tentar se lembrar de algo, sem a garantia de ter a informação guardada no bolso, aumenta – e muito – as chances de você se lembrar daquilo depois. Além disso, olha que interessante: estudos comprovam que estudantes que fazem anotações a mão em cadernos se lembram mais e tem maior entendimento do conteúdo do que aqueles que anotam no notebook. Que tal voltar a usar papel e caneta quando precisar aprender algo novo?
Mas o uso das novas tecnologias não é completamente ruim para o cérebro. Ao saber utilizar as ferramentas certas em cada caso, ela pode auxiliar até mesmo na melhora da memória. Um estudo com homens sem diagnóstico de demência, de em média 82 anos, demonstrou que ao usar aplicativos, programas e jogos de computador, o desempenho cognitivo desses idosos melhorou. Tais jogos, chamados de “jogos de treinamento cognitivo”, como o Sudoku, palavras-cruzadas e quebra-cabeça, melhoram a cognição global, memória (imediata, retrógrada e funcional), atenção e nas habilidades de aprendizagem. O simples acesso à Internet por idosos pode auxiliar na manutenção da memória, porque assim esses estão aprendendo um processo novo, estimulando a sinapse cerebral e a formação de novas memórias.
Fonte: texto retirado do blog Dr. Davi Klava
Link: https://drdaviklava.com.br/como-a-tecnologia-pode-arruinar-nossa-memoria/
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